Paulo Fonseca foi um de vários portugueses a ter de abandonar a Ucrânia nos últimos dias, por força da invasão russa.
Numa entrevista concedida ao diário italiano La Gazzetta dello Sport, o técnico português relatou a maneira como viveu os últimos dias no leste da Europa.
"Estávamos assustados. As crianças dormiam em sacos-cama. A minha embaixada organizou uma viagem para três famílias e fomos para a Moldávia. Foi uma viagem terrível, 30 horas sem parar, com filas de 5 quilómetros e caças a voar por cima das nossas cabeças. Só relaxei quando chegámos à Roménia", começou por dizer o antigo técnico do Shakhtar Donetsk.
"A minha mulher ainda chora porque temos amigos e família no país. Agora, através da federação portuguesa, estamos a tentar receber alguns refugiados de guerra. É uma parte pequena, quando comparado com os 2 milhões de pessoas que estão a deixar o país", acrescentando, deixando logo de seguida uma pergunta no ar.
"É falar quando estamos longe. E se a Itália ou Portugal fossem invadidos? Lutaríamos? Nada há mais precioso do que a liberdade e agora há muitos países com medo. A Georgia, a Moldávia, a Polónia... Se o Putin ganhar esta guerra será um grande problema para todo o Mundo", rematou.
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