"Estava um pouco presa. Depois de duas vezes 19,32, eu estava a pensar: se não sair daqui alguém vai passar. Quando a [neerlandesa] Jessica Schilder passou, queria lançar longa, mas fiquei um pouco presa. Quando a americana [Chase Ealey] passou, eu não sei onde fui buscar força, mas pensei para mim que tinha de ser agora", disse.
Auriol Dongmo sagrou-se campeã do mundo, com um novo recorde nacional absoluto de 20,43 metros -- que é igualmente melhor marca mundial do ano --, à frente de Chase Ealey (20,21) e de Jessica Schilder (19,46).
Devota de Nossa Senhora de Fátima e muito crente, Auriol Dongmo olhou para o céu antes de lançar a 'bomba' que lhe deu o ouro.
"Depois do 20 da Chase Ealey, ficar a olhar para cima, a pedir ajuda a Deus, porque precisava mesmo de ajuda aqui, senão não conseguia fazer uma coisa grande", assumiu.
Nos Nacionais de pista coberta, Auriol Dongmo tinha advertido que era preciso ultrapassar os 20 metros para conseguir vencer e assim o fez, numa competição "muito alta", segundo a própria.
"É uma alegria imensa e uma medalha que eu queria mesmo. Pedi a Deus que me desse esta medalha", referiu Dongmo, que admitiu que vai trabalhar agora para os Europeus e Mundiais ao ar livre, "porque nada cai do céu".
De perto, Jéssica Inchude, 12.ª na final, viu a sua companheira de seleção vencer o título, que a deixou "muito feliz".
"Vi a americana a lançar 20 metros e pensei, a Auriol agora vai ter de responder. E ela respondeu, superou-se mesmo", referiu.