"Antevejo um campeonato ainda mais difícil e competitivo, com os três 'grandes' como candidatos ao título e o Sporting de Braga e o Vitória [de Guimarães] à frente de todas as restantes equipas, numa luta até ao fim. Já foi assim no ano passado, com muitas equipas, no fim, a disputar a permanência e outras com possibilidades de se classificarem para a Liga Conferência", disse César Peixoto, em entrevista à agência Lusa.
O técnico aponta a permanência como objetivo principal do Paços, um clube que diz ser "'sui generis' por ser dos sócios e não ter investidor", repetindo o sumário de cada temporada: "O principal objetivo será sempre estar no convívio dos grandes."
Sem tirar os pés do chão, César Peixoto lembra o histórico recente da equipa, com épocas como revelação e a surpreender, e junta-lhe a ambição de quem quer fazer crescer a equipa, para dizer que tem esperança em poder ir além do objetivo mínimo.
"Queremos fazer uma boa equipa, praticar bom futebol e fazer mais golos. Vamos certamente crescer como grupo e a, meio da época, logo vemos como estamos e se temos de rever os objetivos", precisou.
Relativamente ao título, César Peixoto deu um exemplo pessoal para sustentar a sua reserva em colocar o campeão FC Porto como favorito, lembrando que venceu o campeonato em 2009/10 pelo Benfica, que parecia ter tudo para se impor, mas a equipa começou por perder a Supertaça, no arranque da época seguinte, concluída no segundo lugar, 21 pontos atrás do FC Porto, treinado por André Villas-Boas.
"Não vejo nenhum favorito, sinceramente. Se calhar, ao fim de 10 jornadas já se percebe quem poderá ser mais favorito. É uma época nova, novos jogadores e treinadores, há dinâmicas que se perdem, de certeza, há outras que se vão ganhar. Não se percebe ainda se os [jogadores] que entraram vão ter o mesmo o rendimento dos que saíram, e, que, no caso do FC Porto, fizeram uma época fantástica", argumentou.
César Peixoto diz ainda que o Sporting de Braga tem "obrigação, capacidade e qualidade" para chegar ao quarto lugar, "tentando chegar o mais perto possível dos 'grandes'", numa disputa com o Vitória de Guimarães, realçando que, "depois, há outros clubes que costumam ser uma surpresa pela positiva".
"No ano passado a surpresa foi o Gil Vicente e antes o Paços. O próprio Desportivo de Chaves, que agora subiu, costuma fazer boas equipas e o Rio Ave tem muitos anos de I Liga. Acho que vai ser uma luta tremenda e, novamente, até ao fim", rematou o técnico, fazendo votos para que as férias tenham feito bem a todos os agentes da modalidade, para "valorizar o futebol" e "atrair mais adeptos aos estádios" em 2022/23.