A reação de um qatari à proibição de manifestações LGBT no Mundial'2022

Têm sido várias as tentativas de promover os direitos humanos e a luta pela comunidade LGBT durante o Mundial do Qatar. Contudo, "o Ocidente não é porta-voz da humanidade", defende Nayef Bin Nahar Alshammari, professor na Universidade do Qatar.

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Notícias ao Minuto
21/11/2022 23:12 ‧ 21/11/2022 por Notícias ao Minuto

Desporto

Mundial'2022

O segundo dia do Mundial'2022 chegou ao fim, mas não sem antes se alimentar a polémica em torno das causas sociais defendidas neste período no Qatar. Os direitos humanos, desrespeitados pelos qataris no abuso de imigrantes para a construção apressada de estádios, bem como a recusa de discutir a luta da comunidade LGBT no mundo, têm sido temas bastante presentes durante o Campeonato do Mundo, mas bastante fraturantes.

Vários adeptos têm forçado a sua presença no Qatar e até a entrada nos recintos desportivos com adereços alusivos às lutas sociais que defendem. Contudo, a cultura qatari, protegida afincadamente pelas autoridades do país, tem proibido todo e qualquer desvio do estilo de vida presente no Qatar.

Por essa razão, tanto as bebidas alcoólicas como, por exemplo, a luta pela comunidade LGBT têm sido banidas do Mundial, que continua a dar pano para mangas, até para os profissionais que dele dependem. Foi o caso de Grant Wahl, jornalista americano, que quis entrar no Estados Unidos-País de Gales com uma camisola com a imagem de arco-íris.

A polémica estalou nas redes sociais, com vários comentários de desagrado pela situação vivida. Contudo, entre os vários comentários estava a reação, talvez a primeira feita publicamente, de um qatari.

"Enquanto qatari, estou orgulhoso do que aconteceu. Não sei quando é que os ocidentais vão perceber que os seus valores não são universais. Existem outras culturas com valores diferentes que devem ser igualmente respeitados. Não esqueçamos que o Ocidente não é o porta-voz da humanidade", foi o que o internauta em causa defendeu em reação à situação do jornalista.

O comentário, para surpresa, veio de um professor. Nayef Bin Nahar, identificado apenas como Bin Nahar no Twitter, com uma conta verificada e mais de 129 mil seguidores, defendeu a posição do Qatar perante a posição do Ocidente, a qual preferiu desvalorizar em detrimento da sua.

A luta pelas diferentes causas sociais, que têm unido a maioria dos países participantes no Mundial, já se estendeu para o campo. Vários capitães desafiaram a FIFA, afirmando que iam usar uma braçadeira com a bandeira LGBT e a mensagem 'One Love'. O prometido só não foi devido porque a organização ameaçou admoestar os jogadores com cartão amarelo logo no primeiro minuto de jogo, uma vez que o regulamento da prova não estaria a ser respeitado.

Entre todos os capitães, o primeiro a mostrar desagrado com a posição da FIFA foi Harry Kane, que revelou desapontamento de Inglaterra para com uma opinião, considere-se, injusta. As campanhas em prol das causas sociais defendidas no Ocidente deverão continuar em solo qatari, pelo menos até ao soar do apito final do Mundial, que já tem dado mais polémica do que bonitos momentos de futebol.

Leia Também: Afinal, seleções não vão usar braçadeira LGBT após ameaça da FIFA

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