A missão era ficar em primeiro lugar e isso foi conseguido. Portugal terminou o grupo H na liderança e seguiu para os oitavos de final do Mundial'2022 a ter direito a mais tempo de descanso. Ainda assim, a derrota diante da Coreia do Sul (1-2), que também segue em prova no Qatar, deixou evidente, mais uma vez, a pouca segurança defensiva da equipa das quinas.
Talvez o facto de a qualificação já estar qualificada, ainda antes do apito inicial, possa explicar algum relaxamento em campo, mas o alerta está dado. Sempre que Portugal se desconcentra, a seleção adversária consegue causar estragos.
Fernando Santos rodou a equipa, promoveu várias novidades e até ganhou algumas boas dores de cabeça. No entanto, esta gestão acabou por custar uma derrota. Vamos aos protagonistas da tarde de ontem no Education City Stadium.
A figura
Vitinha foi sempre um dos mais esclarecidos em campo e raramente tomou uma decisão errada quando teve a bolas nos pés. Dá outro critério ao meio-campo e sabe variar entre passe longo, passe curto e passe vertical. Sabe sempre aquilo que deve fazer. Um verdadeiro tratado com a bola nos pés. Merece mais minutos neste Mundial.
A surpresa
Diogo Dalot, tal como Vitinha, também somou os primeiros minutos neste Mundial e pode ter criado uma boa dor de cabeça para Fernando Santos. Confirmou que atravessa um bom momento e transportou-o do Manchester United para a seleção. Foi uma ameaça constante no momento ofensivo e foi ele quem assistiu Ricardo Horta para o primeiro golo da tarde. Também justifica mais oportunidades.
A desilusão
João Cancelo somou o terceiro jogo consecutivo a titular e voltou a desiludir. Está a passar completamente ao lado deste Mundial'2022. Habituou-nos a exibições de gala na Premier League a na Liga dos Campeões com a camisola do Manchester City, mas Cancelo parece pouco confiante no Qatar. Falha passes, tem medo do duelo e é muito permeável a defender.
Os selecionadores
Paulo Bento
O treinador português ficou fora do banco de suplentes, por estar castigado, mas a Coreia do Sul sabia exatamente aquilo que tinha que fazer em campo. Conseguiu, no fim de contas, aquilo que poucos imaginavam: seguir em frente no Qatar.
Fernando Santos
Fez várias mexidas no onze, mas a gestão acabou por correr mal, uma vez que o resultado foi uma derrota. Ainda assim, deu oportunidade aos jogadores menos utilizados para ganharem pontos e não pode queixar-se de falta de boas opções daqui para a frente.
O árbitro
O argentino Facundo Tello não teve influência no desfecho da partida.
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