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Processos sem fim? 'Fantasmas' de Vieira pairam na Luz e mancham Benfica

Antiga direção das águias acumulou dezenas de acusações de crimes, contando com sucessivas intervenções do Ministério Público. Processos arrastam-se há vários anos e torna-se complexo prever o prazo das respetivas conclusões.

Processos sem fim? 'Fantasmas' de Vieira pairam na Luz e mancham Benfica
Notícias ao Minuto

08:02 - 02/03/23 por Miguel Simões

Desporto Benfica

Os anos passam, as acusações são amplificadas e as conclusões tardam em aparecer. O Benfica tem visto o seu nome ser associado a casos de corrupção dos quais não se consegue ver livre, de tal forma que, esta quinta-feira, confirmou as acusações de fraude fiscal.

As polémicas são referentes ao mandato entre 2016 e 2020, altura em que Luís Filipe Vieira presidia a SAD dos encarnados, mas as consequências ficam 'nas mãos' da direção de Rui Costa, desde o e-Toupeira ao 'Saco Azul'.

Além do antigo presidente das águias, também nomes como José Bernardes, José Raposo, Paulo Silva, Júlio Loureiro, José Augusto Silva, Paulo Gonçalves, Miguel Moreira ou Domingos Soares de Oliveira se encontram envolvidos nos escândalos e, por essa razão, têm sido alvo de investigação ao longo dos últimos seis anos.

'Pesadelo' e-Toupeira arrancou em 2017

É preciso recuar até ao verão de 2017 para recordar o momento em que Francisco J. Marques, diretor de comunicação e informação do FC Porto, com a 'ajuda' do hacker Rui Pinto, deu a conhecer e-mails que terão sido trocados entre Adão Mendes, antigo árbitro da AF Braga, e Pedro Guerra, na altura com o cargo de diretor de conteúdos da BTV, num alegado esquema de corrupção para favorecer as águias.

Com a revelação de novos e-mails semana após semana, o Ministério Público tratou de investigar as suspeitas de fuga de informação, e o processo ganhou a designação de e-Toupeira, sendo que, em fevereiro de 2018, a Polícia Judiciária acabaria por levantar a existência de uma 'toupeira' na estrutura encarnada, que passava informação para o exterior

Com o rótulo de corrupção ativa, a SAD do Benfica levou com a acusação de 30 crimes, número que subiu para 79 quando o assunto englobava o assessor jurídico Paulo Gonçalves, ele que foi condenado a dois anos e seis meses de prisão com pena suspensa no passado dia 22 de fevereiro.

Dissecando as quase oito dezenas de crimes, é de salientar um de corrupção ativa, um de oferta ou recebimento indevido de vantagem, seis de violação de segredo de justiça e ainda 21 crimes de violação de segredo por funcionário. Juntamente com os arguidos e funcionários judiciais Júlio Loureiro e José Augusto Silva, acumulam ainda 11 crimes de violação do dever de sigilo, 11 crimes de acesso indevido e 28 crimes de falsidade informática. Ainda assim, esse processo já parece ter um fim mais próximo.

Caso 'Saco Azul' não tardou em aparecer

No meio do (intenso) clima de suspeição na Luz, um alerta bancário, em junho de 2018, desencadeado pela Autoridade Tributária, conduziu a uma operação da Procuradoria-Geral da República, que investigava crimes de branqueamento de capitais, algo que não se verificou na altura. Ainda assim, o pagamento de quase 1,9 milhões de euros levantou suspeitas.

"No âmbito de um inquérito, em que se investigam os crimes de branqueamento e fraude fiscal, foram emitidos três mandados de busca domiciliária e cinco não domiciliárias, de entre estes, dois às sociedades Sport Lisboa e Benfica SAD e Benfica Estádio Construção Gestão Estádios, SA. Indicia-se suficientemente nos autos que estas sociedades, a coberto de uma suposta prestação de serviços de consultoria informática, realizaram várias transferências bancárias para uma conta titulada por uma outra sociedade, num valor total de 1.896.660,00€, montantes esses que acabavam depois por ser levantados em numerário. Esta última sociedade terá sido utilizada com o único propósito de retirar dinheiro das contas do Benfica.", escreveu a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), também em junho de 2018.

O pagamento das quantias milionárias à Questão Flexível, uma "pequena empresa de consultoria informática", levou à suspeição de que o dinheiro tinha sido enviado ao ex-árbitro Bruno Paixão, com base em "serviços fictícios", num processo que conta com Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira (atual administrador da SAD), Miguel Moreira, Paulo Silva, José Raposo e José Bernardes como principais arguidos.

"De certeza absoluta que não roubei. O Benfica se calhar roubou-me muito da minha vida familiar e empresarial. O Ministério Público quantifica a questão diz que o Luís é que lesou o Benfica lesou em cerca de 2 milhões? Vocês fazem as perguntas, eu respondo a todas. Quem não deve, não teme. O compadrio, a mentira e a intriga é que levaram o Benfica ao estado em que o encontrei", garantiu Luís Filipe Vieira no passado mês de junho (sensivelmente um ano após a sua detenção), numa entrevista concedida à CM TV em que aproveitou para falar do livro "A verdade de Vieira", parcialmente escrito enquanto esteve em prisão domiciliária.

Não se conhecendo conclusões em torno deste processo, as águias, esta quarta-feira, apenas confirmaram as acusações de fraude fiscal e garantiram, em comunicado, que o processo segue "os seus termos e será oportunamente exercido o direito de defesa de acordo com a tramitação legal".

Entre a hipótese da multa e devolução da quantia ao Estado ou a descida de divisão, o Benfica, liderado por Rui Costa desde julho de 2021, enfrenta novos contornos em torno do alegado caso de corrupção, ainda sem consequências.

Leia Também: SAD do Benfica confirma acusação de fraude fiscal

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