"Estamos preparados para encarar qualquer desafio. Claramente os momentos menos bons das equipas obrigam-nos a um esforço redobrado, a reflexões mais profundas. Mas estou mais adaptado e percebo melhor o contexto que me envolve", disse Luís Castro, que na primeira temporada ao comando dos cariocias ficou no 11.º lugar do 'Brasileirão'.
O treinador, que foi hoje um dos oradores convidados do fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANFT), realizada em Viana do Castelo, foi questionado sobre o crescente número de técnicos portugueses no principal campeonato brasileiro, vincando que a "competência não tem nacionalidade".
"Para mim não há treinador português, brasileiro ou espanhol. Há apenas o treinador, que neste mundo global tem de se adaptar aos diferentes contextos. Trabalhei no Brasil, Ucrânia, Portugal e Qatar, e cada país tem as suas especificidades, e temos de nos adaptar a elas", apontou Luís Castro, um dos oito técnicos lusos no Brasil, juntamente com Abel Ferreira (Palmeiras), Vítor Pereira (Flamengo), Renato Paiva (Bahia), Pedro Caixinha (Bragantino), António Oliveira (Coritiba), Ivo Vieira (Cuiabá) e Pepa (Cruzeiro).
O técnico reconheceu, ainda assim, que pela quantidade de jogos disputados no Brasil "há uma cultura de resultados muito fortes, com 'torcidas' muito emotivas, com sentimentos que geram atitudes agradáveis e não agradáveis".
Questionado se os técnicos portugueses que treinam no principal campeonato brasileiro têm uma relação de proximidade, Luís Castro lembrou que o tamanho do país não permite um contacto frequente.
"Estamos muito longe uns dos outros, a não ser o Vítor Pereira, que é meu vizinho. Falamos quando nos enfrentamos, temos empatia uns com os outros, e sabemos que são missões difíceis as que nos esperam. Damos apoio e desejamos sorte quando nos encontramos em campo", revelou.
Apesar de trabalhar no outro lado do oceano Atlântico, Luís Castro garante que continua a acompanhar o futebol português e, apesar de não querer comentar o desenrolar da presente edição da I Liga, diz vibrar com os êxitos das equipas nacionais no estrangeiro.
"Fico sempre feliz pelo sucesso do futebol português na Europa e no Mundo, quer a nível de seleção quer a nível de clubes. Quero o sucesso das nossas equipas, treinadores e jogadores. O sentimento patriótico vai acompanhar-me pelo mundo fora" vincou.
Instado a dar uma opinião sobre a contratação do novo selecionador nacional, Roberto Martínez, Luís Castro, que chegou a ser dado como uma das hipóteses para substituir Fernando Santos, espera que o novo técnico de Portugal possa ter "grandes conquistas".
"Sei que é uma pessoa de grande qualidade e que tem feito um trajeto muito bom. Está a rodear-se de pessoas competentes e isso abre-nos boas perspetivas para o futuro para a seleção. A minha esperança é que consiga o que Fernando Santos conseguiu, grandes conquistas para o futebol português", concluiu.
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