Queda do Credit Suisse coloca desporto a fazer 'contas à vida'

A queda do Credit Suisse abalou o sistema bancário suíço, mas se o anúncio da compra pelo rival UBS parece ter acalmado os mercados, o tecido desportivo no país - e não só - ainda pode vir a sofrer consequências.

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© Getty Images

Lusa
23/03/2023 11:59 ‧ 23/03/2023 por Lusa

Desporto

Suíça

O banco é um dos mais vigorosos patrocinadores de várias atividades desportivas, com o futebol à cabeça - apoia a seleção nacional e a Liga suíça -, mas também a equitação, o golfe e o ténis, modalidade que teve no suíço Roger Federer a figura mais proeminente.

"Por enquanto, continuamos a cumprir os nossos compromissos sem qualquer alteração", disse à agência noticiosa francesa AFP um porta-voz do Credit Suisse, que têm 'interesses' substancialmente diferentes do UBS, que apoia a Fórmula 1, atletismo e hóquei no gelo.

Há 30 anos que o Credit Suisse é o principal patrocinador da Federação Suíça de Futebol (ASF). O contrato em vigor termina em 30 de junho de 2024 e ascende, segundo o diário Blick, a cinco milhões de francos suíços anuais (aproximadamente a mesma quantia em euros, ao câmbio de hoje).

"Temos mantidos conversas produtivas com o Credit Suisse, que nos assegurou que os contratos em vigor serão honrados", disse na segunda-feira Adrian Arnold, assessor de comunicação da ASF.

O organismo federativo gostaria mesmo que a parceria iniciada em 1993 se prolongasse além de 2024 e assegurou que a imagem do banco continuará a figurar nos equipamentos oficiais da seleção, pelo menos, enquanto a marca Credit Suisse subsistir.

O segundo maior banco do país é também o principal patrocinador da Liga de futebol, cujo nome oficial é Credit Suisse Super League, através de um contrato que se prolonga até 2025 e, de acordo com o Blick, permite um encaixe por época de oito milhões de francos suíços ao organizador da prova.

O banco é também o mais importante apoiante da candidatura helvética à organização do Europeu de futebol feminino de 2025, cujo país anfitrião será anunciado em 04 de abril, menos de um mês após ter sido salvo da falência pela decisão conjunta com o UBS, governo suíço e o banco central.

Roger Federer, um dos melhores tenistas de sempre, terminou a carreira em setembro de 2022, mas manteve-se como embaixador da marca Credit Suisse e, já em janeiro de 2023, o banco manifestava a vontade de "passar os próximos anos juntos", reafirmando o apoio à modalidade.

O Credit Suisse apoia também o golfista espanhol Sergio Garcia, a Fundação Suíça de Ajuda ao Desporto, o campeonato oficial suíço de desporto escolar e adquiriu o direito de atribuir o nome da instituição bancária a um futuro estádio de grandes dimensões em Zurique.

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