O FC Porto venceu nesta sexta-feira o Benfica por 2-1, em jogo da jornada 27 da I Liga. Os dragões ganharam vida no Clássico na Luz e alimentaram a discussão pelo título, que se prevê, agora, mais longa.
Gonçalo Ramos abriu as contas aos 10 minutos, com ajuda de Diogo Costa, que introduziu a bola na baliza com as costas. A resposta surgiu em dose dupla antes do intervalo. Uribe empatou aos 45 e Galeno quase virou. Valeu o VAR para anular.
Na segunda parte, houve mesmo cambalhota. Taremi virou o jogo e complicou a vida ao Benfica. Até ao fim, o dragão foi mandão na casa de uma águia que não teve pernas para acompanhar quem mais fez em campo.
Com este resultado, o FC Porto reduz a distância para o Benfica para sete pontos, reavivando a luta da I Liga e adiantando-se mais na corrida à Liga dos Campeões. As águias não complicaram as contas do título, mas deixaram má impressão em casa, tendo de fazer mais para garantir o título nacional.
Filme do jogo
Quem é que dizia que a I Liga estava fechada? Engane-se então. O Clássico desta sexta-feira deixou bem provado que não se pode fechar a porta antes do tempo.
A equipa encarnada estava mais errante, mais precipitada a criar as suas jogadas, com o FC Porto mais confortável, bastante subido no terreno e atento a tudo o que acontecia. Só perdeu 'o fio à meada' no golo do Benfica.
Bah soltou-se no lado direito, galgou metros e apanhou terreno sem dono. Na hora certa, o dinamarquês cruzou para a cabeça de Gonçalo Ramos, que atirou à barra. A infelicidade foi mesmo de Diogo Costa, que introduziu involuntariamente a bola na própria baliza com as costas.
A Luz foi abaixo, o ambiente aqueceu e de que maneira. A massa adepta encarnada sentiu o título mais perto, mais real, mais material. Só um calafrio causado por Galeno levou as bancadas a um silêncio de medo, de quem por segundos colocou tudo em causa.
Tudo foi por água abaixo quando Uribe acertou em cheio no fundo das redes. O colombiano acendeu-lhe o rastilho e disse 'cá vai disto', empatando e dando ainda maior emoção ao Clássico. A festa azul e branca começou mesmo em cima do intervalo. Os seis minuto de compensação, dados por causa da lesão e saída de Bah, a meio da primeira parte, chegaram para a equipa de Sérgio Conceição deixar um sério aviso.
Galeno ainda fez o 2-1 e operou a 'cambalhota'. Calhou o VAR estar atento para dar uma mãozinha à equipa de arbitragem, que não conseguiu descortinar um fora-de-jogo milimétrico. Ainda assim, o Estádio da Luz não poupou a equipa. Apesar de ter celebrado a decisão como se de um golo marcado se tratasse, não deixou de mostrar descontentamento com a quebra de ritmo e a falta de pernas para acompanhar o ataque azul e branco.
A segunda parte começou por enganar o espectador. Se pareceu que o Benfica estava por cima com duas chances claras de golo, o FC Porto mostrou que era tudo ilusão. No primeiro remate que conseguiu guiar à baliza de Vlachodimos nos segundos 45 minutos, Taremi fez o gosto ao pé com um golo que provocou um misto de emoções.
Se de um lado pairava um silêncio ensurdecedor, do outro lado havia uma festa tremenda. A tarde era santa para uns, mas não para outros, como veio a ser provado depois. A equipa de Roger Schmidt não conseguiu tirar partido da moldura humana que se apresentou na Luz e fechou-se numa bolha a jogar o jogo por si só. O FC Porto foi buscar forças e destacou-se.
A seguir ao golo de Taremi, por pouco que João Mário, o de azul e branco, não fez o terceiro golo dos dragões. A equipa do Benfica parecia perdida, mais nervosa que o costume. Nada saia bem, especialmente ao ataque, com Gonçalo Ramos já mais vezes fora da posição de finalizador para criar lances de perigo.
Até ao final, foi mais do mesmo. O Benfica tentou por tudo quebrar o enguiço na baliza de Diogo Costa, mas nunca teve sucesso na tarefa. Com o Clássico perdido e a série de vitórias interrompida, o Benfica parte para a Liga dos Campeões com algum trabalho para fazer no Seixal. A equipa de Roger Schmidt perdeu a oportunidade de dilatar a diferença para os 13 pontos, vendo-a ser reduzido para sete pontos, a sete jornada do fecho das cortinas. O FC Porto saiu da Luz novamente em festa, tal como fez na última época. Para diferenciar, não leva nenhum título na mão, apenas a certeza de que a I Liga não está fechada.
Momento do jogo: O golo de Uribe. O Benfica 'morreu' ainda antes do intervalo, tendo estado perto de sofrer novo golo ainda antes de voltar às cabines. Na segunda parte, mais FC Porto e menos Benfica precisamente por isso, com Taremi a dar o último empurrão no balde de água gelada sobre a Luz.
Onzes iniciais
Benfica: Vlachodimos; Bah, Otamendi, António Silva, Grimaldo; Florentino, Chiquinho, Aursnes; João Mário, Rafa Silva, Gonçalo Ramos.
FC Porto: Diogo Costa; Manafá, Pepe, Marcano, Wendell; Uribe, Grujic, Otávio; Galeno, Pepê e Taremi.
Antevisão
Benfica e FC Porto vão jogar nesta sexta-feira, em jogo da 27.ª jornada da I Liga. Águias e dragões jogam o grande Clássico, o prato forte da jornada e, quiçá, o jogo mais importante desta segunda volta do campeonato.
Ainda com as contas do título por fechar, há muito em jogo no relvado da Luz na tarde desta sexta-feira. O Benfica procura passar a sua liderança para os 13 pontos em relação ao FC Porto, que ainda terá uma palavra a dizer na corrida ao título e à Liga dos Campeões.
O Benfica-FC Porto joga-se a partir das 18 horas, no Estádio da Luz, e vai poder acompanhar a par e passo as incidências da partida aqui no Desporto ao Minuto.
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