Manuel Ugarte não deverá continuar no Sporting na próxima temporada e a possível saída dos leões foi tema de discussão na conferência de imprensa de Rúben Amorim, esta sexta-feira, na antevisão ao jogo frente ao Marítimo, levando o treinador a rejeitar a ligação da sua continuidade com a permanência dos "pesos pesados" e ainda a recordar... Matheus Nunes.
"O Ugarte é um jogador muito importante. Veio em função da saída do Palhinha e foi feito tudo com calma. Vamos ver. O empresário já disse que poderá sair. Talvez já tenha 60 milhões garantidos... Vamos ver. A continuidade do treinador não tem a ver com a saída de pesos pesados. Isso tem a ver com o presidente e com o Hugo Viana", atirou o treinador de 38 anos, ao comentar as palavras do empresário Jorge Chijane, dando como praticamente certa a transferência no final da e´poca.
"Nunca impus nada. Sei e aceito as limitações que o clube tem. Sempre o disse. O Matheus Nunes foi completamente diferente [de Ugarte]. O jogador tinha uma opinião, o treinador tinha outra, o presidente tinha outra, o empresário tinha outra... Depois, não tivemos tempo para fazer nada. Teve um grande impacto na equipa. A forma como o processo foi conduzido é que me deixou zangado, na altura. Demorou tempo a recuperar", explicou.
"A saída de jogadores será conversada entre toda a gente. Aqui, só há um Sporting, e tudo será feito de forma diferente, porque isso já foi esclarecido. Não posso garantir que há jogadores que não vão sair, mas já provámos que jogadores importante, como Pedro Porro, têm de sair pela cláusula. Também há a questão da Liga dos Campeões, e tem de haver uma avaliação dos objetivos. Falamos da saída do Matheus, mas tínhamos vendido o Palhinha e o Daniel Bragança lesionou-se três semanas antes. Perdemos três jogadores do meio-campo de repente. Não foi só a saída do Matheus, é difícil de recuperar. Tivemos de coser tudo à pressa. Não tem a ver com ficar a sair", acrescentou de seguida.
"A única questão que me fez pensar em ficar ou sair foi o facto de eu, como treinador, falhar os objetivos. Nunca porque venderam este ou aquele jogador. Acima de tudo, queremos ser competitivos e ganhar títulos. Naquela vez do Matheus, não trabalhámos em conjunto, e isso tirou alguma harmonia na ligação entre todos. Estamos aqui para o que der e vier, mas vamos fazer tudo com calma, sabendo que há coisas que, depois, são difíceis de funcionar logo no começo e podem criar muitos problemas", esclareceu.
De referir que o Sporting pagou cerca de 10 milhões de euros por 70% do passe, com contrato válido até 2027 e uma cláusula de rescisão a rondar os 60 milhões de euros. O uruguaio, recorde-se, formou-se no Fénix e chegou a jogar pelo Famalicão em 2020/21, antes de rumar aos leões na época seguinte.
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