Hafez Al-Medlej, presidente do Comité de Marketing da Confederação Asiática de Futebol (AFC), concedeu, esta terça-feira, uma extensa entrevista ao jornal saudita Kooora, na qual respondeu a um comentário realizado há dias por Aleksander Ceferín, líder da UEFA.
O esloveno criticou o grande investimento que os sauditas têm feito em "jogadores que estão em final de carreira", sublinhando tratar-se de "erro semelhante" ao registado pela China há alguns anos.
Ora, Hafez Al-Medlej rejeitou as críticas de Ceferin e garantiu que o projeto da Arábia Saudita para o futebol nada tem a ver com o chinês, confirmando ainda a chegada de Rúbe Neves ao Al-Hilal.
"Esse discurso é falso. Não contratamos jogadores que estão acabados. O Al Hilal vai contratar Rúben Neves, que tem 26 anos e queria ir para o Barcelona. E Benzema chegou ao Al Ittihad depois de vencer a Bola de Ouro no Real Madrid, que lida com o dilema de o substituir", afirmou Hafez Al-Medlej, antes de deixar alguns avisos a Ceferin.
"Estamos apenas no começo. Todos os jogadores transferíveis vão ser, a partir de agora, objetivos dos clubes sauditas. A experiência da China não tem nada a ver connosco, a deles era puramente marketing. O futebol ali não é o mais popular. Na Arábia, temos um projeto de Estado e não se vai limitar a quatro equipas, será a todas. Porque a paixão dos sauditas pelo futebol não tem limites", frisou o dirigente saudita.
Hafez Al-Medlej lembrou ainda o efeito provocado pelas saídas de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi na La Liga, sublinhando que a UEFA está com medo de perder as grandes estrelas para a liga saudita.
"A Liga dos Campeões europeia é a joia da coroa de todos os campeonatos europeus e este torneio baseia-se em dois elementos: os clubes, que são entidades gigantes e nos jogadores. A saída das grandes estrelas da Europa será um duro golpe para a Champions e o torneio vai perder grande parte do seu brilho. Temos na LaLiga um exemplo: perdeu muito com a transferência de Ronaldo para a Juventus e depois perdeu mais quando Messi foi para o PSG. A saída das estrelas da Europa vai afetar os contratos de patrocínio e televisivos", finalizou.
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