O FC Porto ganhou ao Farense, por 2-1, no Estádio do Dragão, neste domingo. Foi uma vitória arrancada 'a ferros', já corria o minuto 90+10', com um golo de Marcano que rejubilou as bancadas do Dragão - que viu a ação da I Liga regressar na temporada 2023/24.
É o segundo jogo consecutivo da equipa em que o objetivo principal é cumprido (os três pontos) a custo de muito sofrimento na segunda parte. Se no reduto do Moreirense o FC Porto até teve de aplicar uma reviravolta, contra o Farense a equipa de Vítor Bruno deixou-se empatar no final da primeira parte e só conseguiu o triunfo no centésimo minuto de jogo.
Otávio foi o grande ausente da partida - está a concluir a transferência para o Al Nassr, da Arábia Saudita - mas esteve bem presente na mente dos adeptos portistas, que o homenagearam ao minuto 25, o número envergado pelo internacional português, numa bela demonstração de carinho por um dos preferidos da massa adepta.
A verdade é que a solução encontrada para o substituir foi a inclusão de Nico González, um dos reforços mais badalados dos dragões, ao lado de Eustáquio. O espanhol esteve bem no primeiro jogo a titular. Foi o jogador com mais passes efetuados e participou no golo de Toni Martínez. Perspetiva-se a entrada gradual de Alan Varela na equipa, logo que todos os problemas burocráticos sejam ultrapassados com o Boca Juniors.
O jogo acabou com uma vitória merecida para os dragões, primeiro com um golo 'à ponta-de-lança' de Toni Martínez, que está num início de época, e depois o capitão 'deu o exemplo' nos descontos da segunda metade, já com vários elementos de ataque lançados no relvado por Vítor Bruno. O menino Gonçalo Borges esteve irrequieto e fez o cruzamento fatal para o Farense, que encontrou a cabeça de Ivan Marcano. Foi aí finalmente desfeiteado o guarda-redes Ricardo Velho, aos 90+10', após uma exibição de 'encher o olho'.
Figura:
Ivan Marcano nem sequer teve um jogo 'de sonho' - exemplo maior disso foi a participação 'indesejada' no golo de Rui Costa, onde foi alvo de um túnel audacioso por parte do adversário. Mas soube incorporar o espírito que exige a um capitão do FC Porto. Nunca desistiu nem deixou que a equipa 'baixasse os braços' e ainda acabou recompensado com um golo aos 90+10'.
Surpresa:
Ricardo Velho será um nome indiferente para muitos adeptos do futebol nacional, mas não daqueles que assistiram o jogo. O guardião do Farense fez uma partida monstruosa, com várias defesas de alto nível de dificuldade. Foi aguentando o empate, mas nada pode fazer face à cabeçada à queima-roupa de Marcano. Bela montra para o português de 25 anos.
Desilusão:
Mehdi Taremi está muito apagado nesta fase inicial da temporada. Tem sido recorrentemente um dos principais marcadores da I Liga nas últimas temporadas, mas esta época não participou em qualquer golo em três jogos oficiais. O interesse de grandes clubes estará relacionado com 'quebra' de rendimento? Toni Martínez tem aproveitado para ganhar fichas.
Treinadores:
Vítor Bruno: O adjunto de Sérgio Conceição assumiu as rédeas da equipa, já que o treinador principal está suspenso (viu o jogo da bancada). À exceção do lance do golo sofrido, o FC Porto foi dominante durante toda a partida, com várias oportunidades criadas para garantir a vitória mais cedo. As substituições promovidas pela equipa técnica podiam parecer baseadas no 'desespero' - a equipa terminou o jogo com Toni Martínez, Fran Navarro e Danny Namaso - mas a verdade é que os substitutos foram muito importantes para a vitória, especialmente o extremo Gonçalo Borges, que assistiu.
José Mota: O FC Porto é a 'besta negra' do técnico. Nunca conseguiu levar a melhor sobre os dragões na já longa carreira de treinador. Neste domingo, ia pelo menos arrancando um empate no Dragão, algo bastante positivo para um clube recém-promovido. Quando o resultado interessou, o Farense jogou como as equipas de Mota jogam neste tipo de ocasiões - tentam diminuir o tempo útil de jogo. Os doze minutos de descontos terão sido anticlimáticos para o técnico.
Árbitro:
Cláudio Pereira: Foi reclamada uma possível falta para grande penalidade na área do Farense, pouco depois do 1-0, sobre João Mário. Rui Costa entra fora de tempo e acerta no portista. Tanto o juiz principal como o videoárbitro entenderam que não havia irregularidades. Cláudio Pereira controlou bem as emoções no relvado e nos bancos de suplentes, num reduto difícil como é o Estádio do Dragão. Nem que para isso tenha tido de mostrar dois cartões vermelhos a elementos da equipa técnica do Farense, devido a protestos. Sem ter acesso ao relatório do jogo, há que dar o benefício da dúvida em prol do juiz e acreditar que as palavras dos técnicos admoestados tenham sido graves o suficiente para a expulsão.
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