A vantagem é curta, mas importante. O Sporting de Braga ficou mais perto da fase de grupos da Liga dos Campeões, depois de ter vencido, na noite de terça-feira, na receção ao Panathinaikos, por 2-1, numa partida 'desengatada' na segunda parte e que culminou com sabor agridoce para os minhotos.
A maldita ansiedade invadiu a equipa de Artur Jorge na primeira parte. Os minhotos apresentaram uma exibição algo cinzenta na primeira parte, talvez surpreendidos pela forte entrada do Panathinaikos. Ao ponto da primeira ocasião de perigo nesta etapa inicial só ter acontecido ao cair do pano dos primeiros 45 minutos. Foi André Horta, que tinha entrado para o lugar de Al Musrati, que deu o tiro de partida para aquilo que seria uma segunda parte distinta.
Abel Ruiz colocou Brignoli à prova com um desvio ao primeiro poste para uma grande defesa do italiano aos 48 minutos, antes de celebrar com um grande remate rasteiro e colocado ao minuto 51. Pouco depois, aos 73 minutos, Artur Jorge colocou em campo Álvaro Djaló e a aposta revelou-se certeira. A defesa helénica ficou algo adormecida e, após um rápido lançamento lateral de Abel Ruiz que teve em seguida contributo decisivo de Ricardo Horta, o espanhol 'fuzilou' a baliza adversária. Pelo meio, Sporar, com a baliza escancarada, atirou por cima num lance que podia ter relançado a eliminatória.
A parte final foi muito aberta. O Sporting de Braga esteve perto de fazer o terceiro, com Rony Lopes a Brignoli a boa intervenção, mas uma desatenção da equipa da casa já nos descontos permitiu que Mancini surgisse na cara de Matheus, com o argentino a azedar a festa no Estádio Municipal de Braga, que 11 anos depois voltou a ouvir o hino da Liga dos Campeões.
Apesar do sabor agridoce ao cair do pano, a equipa de Artur Jorge parte para a segunda mão, em 29 de agosto, em Atenas, com uma vantagem importante para conseguir pela terceira vez na sua história, após 2010/11 e 2012/13, atingir a fase de grupos da Liga dos Campeões.
Vamos às notas desta partida:
Figura
Que exibição de André Horta no jogo 200 pelo Sporting de Braga. Lançado para o lugar do lesionado Al Musrati, o médio veio transfigurar aquilo que estava a ser o futebol praticado pelos minhotos. A entrada fez a diferença naquilo que foi a definição do resultado final.
Surpresa
Álvaro Djaló começa a justificar ser mais vezes titular nos minhotos - só o foi por uma vez esta temporada. Entrou a menos de meia hora do término da partida e foi a tempo de, com uma combinação de velocidade e explosão, marcar um belo golo que aumentou a vantagem no Minho.
Desilusão
Andraz Sporar até tem mostrado créditos desde que se mudou para os gregos, mas a exibição em Braga, onde já atuou, foi para esquecer. A pontaria na hora de finalizar não esteve por lá e prova disso foi o escandaloso falhanço na cara de Matheus Magalhães.
Treinadores
Artur Jorge
A equipa minhota apresentou-se algo ansiosa na primeira parte, o que não se coaduna com uma equipa já com alguma experiência europeia e que até já defrontou adversários mais fortes do que o desta noite. A aposta em André Horta foi certeira e mudou a dinâmica da equipa. Provavelmente, o médio podia ter sido titular e o jogo escrever-se-ia com outra história. De notar a boa reação na segunda parte, mas ponto negativo para o erro que valeu o empate.
Ivan Jovanovic
À semelhança do que fez contra o Marseille, a equipa grega procurou uma pressão alta para intimidar o adversário e dificultar a ligação do jogo da formação arsenalista. A finalização não esteve no melhor, mas o golo ao cair do pano joga a favor dos helénicos. Um golo madrugador em Atenas pode ser muito complicado para o Sporting de Braga, que terá pela frente um ambiente que promete ser muito difícil.
Arbitragem
Arbitragem tranquila da equipa liderada pelo alemão Felix Zwayer e sem grandes casos.
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