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"Com uma venda [Ramos] impedimos a saída do Neves, do Musa, do António"

Declarações do presidente do Benfica à BTV, nesta terça-feira, sobre o mercado de transferências.

"Com uma venda [Ramos] impedimos a saída do Neves, do Musa, do António"
Notícias ao Minuto

19:06 - 05/09/23 por Notícias ao Minuto

Desporto Rui Costa

Estratégia do mercado. "A estratégia delineada para este ano é seguir o que fizemos desde o ano passado, alimentar uma estratégia criar há quatro anos no meu mandato que visa a área desportiva. Reforçar a equipa principal, baseando numa maior qualidade, em número de ativos mais reduzido, privilegiando a parte desportiva e procurando reforçar com elementos que consideremos fundamentais e que venham colmatar algumas debilidades. Foi esta a estratégia tomada para este mercado. Há um ano tivemos de remodelar muito da equipa que iniciou há um ano, este ano não era tão evidente e procurámos reforçar setores chave, balanceando com a estratégia financeira, salvaguardando essa estratégia também. Acredito que foi um mercado competitivo e que nos deixa em posição privilegiada."

Equilíbrio orçamental. "Depende como quisermos analisar, veio Di María, Kokçu, Jurásek, estavam a dizer que estávamos a gastar demasiado, depois com a saída de Gonçalo Ramos era que estávamos a desinvestir. Tudo foi ponderado e equacionado. O que gastámos e vendemos foi o que podíamos, foi um balanço equilibrado dentro das nossas ideias, para reforçar a nossa equipa. Considero um mercado muito positivo."

Saída de Gonçalo Ramos. "Preferimos fazer a venda mais cara mantendo jogadores importantíssimos. Impedimos com uma venda a saída do Neves, do Musa, do António Silva. Tivemos propostas. Caso contrário trocaríamos por quatro ou cinco vendas para fazer o mesmo valor."

Entradas de Bernat e Jurásek. "Têm perfis diferentes. Protegemos a posição com perfis diferentes, até na idade. Um mais madura e pronto, outro para um futuro mais longo. Um vai ser de ajuda ao outro. Sabíamos que podia sair do PSG e estávamos atentos ao mercado, é uma mais-valia. Jogador de seleção, de Liga dos Campeões. Concentrámo-nos no que eram 12 ou 13 titulares, este ano como não perdemos muitos desses, concentrámo-nos na profundidade do plantel. Temos plantel de qualidade enorme, com 25 jogadores e não 32."

Arthur Cabral. "Estava identificado desde o tempo do Basileia. Também o Schmidt já o tinha tentado contratar quando estava na Alemanha. Também depositamos grandes esperanças, temos de dar um bocadinho de tempo. Estou convencido que vai fazer muitos golos, tem condições para isso e para jogar no nosso esquema de jogo."

Saída de Gonçalo Ramos: "Ninguém escolhe timings. Houve uma tentativa de tentar mandar isto para depois da Supertaça, mas a partir do momento em que há proposta... esqueçam. Não vale a pena contar mais com o jogador. É uma ideia romântica achar que um jogador tenha cabeça para estar a afrontar uma final. Queríamos defender a todo o custo os valores que queríamos. A venda arrastou-se mais. Na cabeça dele já não estava a Supertaça, o jogo foi preparado sem ele. É legítimo que o jogador não queira arriscar nada. Preparámos com os que estavam mentalmente disponíveis e não podia pedir isso ao Gonçalo sabendo os riscos".

Caráter de Gonçalo Ramos: "É tão generoso, sempre foi das melhores caraterísticas dele, e não estava em condições de ser o Gonçalo Ramos. Ainda bem que tudo acabou bem. Veio Di María e Kokçu e íamos ser campeões europeus, depois saiu Gonçalo Ramos e já não. Depois perdemos um jogo e dramatizamos muito. Percebo, sou benfiquista e conheço perfeitamente o clube, mas criar equilíbrio é essencial. Na minha ótica neste caso não justificava".

Saída de Vlachodimos: "Não deixa de ser uma situação sensível, não vou por para baixo do tapete o que aconteceu porque foi público. Merece o maior respeito. Depois de perceber o que aconteceu a vontade era criar uma solução. Quando faltavam dois dias para acabar o mercado houve proposta do Ajax e nem pudemos olhar para ela, há um ano", começou por dizer o presidente dos encarnados.

A vinda do Trubin precavia uma possível saída do Odysseas. Chegando uma proposta benéfica, para o Benfica e que agradava ao jogador, jogar na Premier League, em conjunto e em conversa ponderada pensámos que a melhor solução era ceder a esta proposta e que o jogador fosse para outra experiência. Estaremos sempre gratos, quase sempre titular. Mas a vida do futebol é isto. O ciclo dele acabou no Benfica e as soluções dão garantias. Não mexemos mais no sector, com Samuel e Trubin. Merecem toda a confiança".

Vinda do Di María: "Prazer imenso em Di María jogar no Benfica. Fechou contrato com o Benfica um mês antes. No ano passado esteve muito perto e depois apareceu a Juventus. Havia na cabeça do Di María a vontade de experimentar o campeonato italiano. Foi por pouco. Este ano não quis ouvir mais nada a partir do momento em que soube que o Benfica o queria cá".

Salário de Di María: "Ouviu-se falar muito do dinheiro do Di María, do que o Benfica estava a investir. Não é justo para o Di María, veio sem ultrapassar o teto salarial e sem receber prémio de assinatura. Veio unicamente com o salário que não ultrapassa o teto salarial. Ele não quis saber quanto era, acreditou na minha palavra, que eram o máximo, e nem sequer regateou um euro. Podia levar a um investimento que iríamos fazer na mesma. Ele quer jogar no Benfica: 'o que tu podes dar é o que eu quero receber'. Importa é o prazer que este senhor tem em jogar no Benfica, é a alegria dele em campo, a ligação com os adeptos não se perdeu".

Renovação de João Neves: "Não foi de dificuldade a renovação de Otamendi. É campeão do mundo, podia ser um alvo do futebol árabe pelo seu currículo e trajeto. Desde a primeira hora que senti grande vontade do Otamendi em continuar connosco. Encarnou o nosso clube, senti grande prazer dele em querer continuar, é um jogador empenhadíssimo em ajudar o nosso clube. Sobre Gouveia e Araújo, depositamos grandes esperanças. Foram emprestados no último ano e viu-se crescimento substancial. Corresponderam, entraram na pré-temporada para vermos se estavam prontos e hoje estão aqui".

Arbitragens nas primeiras quatro jornadas: "Se estou satisfeito com o que vi estas quatro jornadas, não estou, não vou pisar o que toda a gente viu. Temos de estar sempre alertas, procuramos que ganhe o mais forte dentro de campo", começou por dizer o presidente das águias. Mais que surpreendido, preocupado. Não deixa de ser importante para a discussão dos direitos televisivos, para bons espectáculos temos de mudar muita coisa. O que se passou no Dragão não é a melhor forma de vender o futebol nacional, iremos ter mais dificuldade em vender os direitos. Iremos fazer o melhor que nos compete, procurando que haja justiça, clareza no futebol português, que situações dessas deixem de existir".

Leia Também: Rui Costa: "A cabeça do Gonçalo Ramos já não estava na Supertaça"

Leia Também: "Vlachodimos? Não deixa de ser uma situação sensível..."

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