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Das drogas à automutilação: Defrontou United e foi até ao "fundo do poço"

Avançado inglês de 31 anos cumpriu um período de quatro anos de recuperação e quer ajudar todos aqueles que passam pelos mesmos problemas de adição. Agora diz ter saído "do fundo do poço".

Das drogas à automutilação: Defrontou United e foi até ao "fundo do poço"
Notícias ao Minuto

18:44 - 28/09/23 por Notícias ao Minuto

Desporto Inglaterra

Liam Hughes teve como ponto alto da carreira o mês de janeiro de 2015, quando defrontou o Manchester United ao jogar ao serviço do Cambridge United. No túnel de acesso ao relvado do Abbey Stadium, o avançado inglês olhava para a direita e só via craques: Ángel Di María, Radamel Falcao, Van Persie ou De Gea. No entanto, o momento não serviu de trampolim na carreira Liam Hughes. Tudo por conta dos problemas de adição, que agora confessa na primeira pessoa. 

Apenas alguns meses depois desse embate memorável na Taça de Inglaterra, Hughes foi encontrado no jardim da sua casa com uma overdose.

"Na minha cabeça, estava convencido que seria melhor para todos se eu não estivesse mais aqui", começou por dizer Hughes, agora com 31 anos, em entrevista à BBC, prosseguindo. 

"Ao contar minha história, quero tentar ajudar o maior número possível de pessoas que possam estar a passar por algo semelhante", explica o agora jogador do Worksop Town, do sétimo escalão do futebol inglês, revelando como começou a ficar viciado em drogas. 

"O meu hábito de beber piorou. Estava-me a sentir isolado e a minha saúde mental piorou de tal forma ao ponto de questionar a minha própria vida. Olhando para trás, o que me preocupa é o total desrespeito que tive no que toca às minhas responsabilidades como pai.  Estava a pedir ao fisioterapeuta e aos médicos de Cambridge que me dessem uma receita médica porque o meu tornozelo estava a doer. Guardei-as todas até conseguir uma grande quantidade. Lembro-me da minha primeira tentativa de suicídio tão claramente como este dia", admitiu. 

Neste mesmo dia, Hughes foi encontrado a tempo e iniciou um tratamento médico que completou até ao fim. No entanto, os pensamentos mais negros não desapareceram. No verão de 2017, o avançado inglês ficou viciado em consumir cocaína após uma época no Barrow. 

"Estava bem financeiramente no Barrow. Quase mil libras por semana e estava a gastar de 300 a 600 libras só em cocaína. Consumia todos os dias. Estava numa espiral de auto destruição. Não conseguia dormir, portanto bebia à noite para tentar fazê-lo. Para enfrentar o dia seguinte, voltava a consumir", explicou Hughes, antes de revelar os comportamentos de automutilação. 

"Cortava a minha cara, apagava cigarros na minha pele. Estava a obedecer à minha mente e a punir-me a mim mesmo. Não queria chamar a atenção, então agia como um palhaço para arrancar gargalhadas dos meus colegas. Era um viciado funcional", declarou. 

Os pensamentos suicidas continuaram no ano seguinte e Hughes protagonizou nova tentativa de acabar com a própria vida. Agora, cinco anos depois, o avançado inglês garante ter uma vida equilibrada e quer dar o exemplo para todos os que passam pelos mesmos problemas. 

"Não estou digo que todos os meus problemas desapareceram. Ainda tenho algumas oscilações. Tenho de trabalhar comigo mesmo todos os dias. Não sou perfeito, mas saí do fundo do poço e bati na porta do inferno para tentar ser melhor", rematou Liam Hughes. 

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Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos auto-destrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:

SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 213 544 545 (Número gratuito) - 912 802 669 - 963 524 660

Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159

SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020 - 915246060 - 969554545

Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707

Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535

Todos estes contactos garantem anonimato tanto a quem liga como a quem atende. No SNS24 (808 24 24 24 - depois deve selecionar a opção 4), o contacto é assumido por profissionais de saúde. A linha do SNS24 funciona 24 horas por dia.

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