O Benfica continua à procura de pontuar na prova milionária, ao fim de duas jornadas. Os encarnados já tinham perdido em casa, com o Salzburgo, num jogo marcado pela expulsão prematura de António Silva, e voltaram a receber o 'sinal vermelho' diante do Internazionale, nesta terça-feira. Uma derrota que podia ter sido mais pesada.
Roger Schmidt apresentou um onze inicial com algumas alterações - incluiu Bernat pela primeira vez no relvado, levando Aursnes para o meio-campo. Além disso, não teve uma referência fixa na frente, com Neres a assumir a dianteira do ataque, mas com muita liberdade. Jogaram, portanto Di María, Rafa Silva e Neres ao mesmo tempo, enquanto Musa, Cabral e Tengstedt estavam no banco.
Com esta opção, Roger Schmidt talvez procurasse confundir as marcações de uma das defesas mais respeitáveis da Liga dos Campeões - Bastoni, Acerbi e Pavard, com Dimarco e Dumfries nas alas. Ou, até, ter jogadores rápidos que pudessem atacar a profundidade nas costas desses defesas. A verdade é que o Benfica praticamente não criou perigo, nem de uma forma, nem de outra.
Após uma primeira parte dividida, com as duas equipas muito encaixadas (mas já com Dumfries a surgir sozinho no segundo poste), foi o Internazionale que assumiu definitivamente a tónica do jogo a partir da segunda parte. Criou bastantes momentos de aperto à defensiva benfiquista, com Lautaro Martínez a acertar na trave e no poste em duas ocasiões (contrastando com a 'sorte' que teve em Salerno).
O primeiro e único golo da partida chegou aos 62' e foi conseguido numa transição ofensiva muito bem desenhada pelo Inter. Calhanoglu pôs a bola nas costas da defensiva, Dumfries assistiu e Thuram posicionou-se entre os defesas e os médios. Bastou rematar.
O melhor em campo do Benfica terá sido, certamente, Trubin. Negou o golo mais um par de vezes a Lautaro Martínez e manteve acesa a esperança encarnada de um empate. O Benfica fica com zero pontos, enquanto o Inter soma quatro e sobe à liderança.
Figura
Desde a primeira parte que os problemas da defesa do Benfica pareciam surgir sempre do lado esquerdo. E foi daí que surgiu o golo. E se há um nome a quem se possa atribuir mérito por isso, é Denzel Dumfries. O neerlandês defendeu, atacou, assistiu e mostrou o porquê dos alas serem tão importantes no sistema de Inzaghi.
Surpresa
Nem o próprio Tomás Araújo esperaria, certamente, jogar este jogo. Foi 'atirado aos lobos' logo aos 20 minutos de jogo, com a lesão de Alexander Bah, para uma posição a que não está habituado. Não foi brilhante, mas teve o mérito de 'aguentar' os ataques do Internazionale pelo seu lado, muito mais contido do que o esquerdo.
Desilusão
A escolha talvez seja injusta, devido à falta de rotinas na equipa principal e de ritmo, mas a verdade é que Juan Bernat não acrescentou nada ao Benfica a nível ofensivo, muito menos a conter as arrancadas de Dumfries. É do seu lado que nasce o golo.
Treinadores
Roger Schmidt: Já de si, a tarefa não era fácil. Não é qualquer equipa que vence ao Internazionale no Giuseppe Meazza. Mas as escolhas do treinador alemão parecem ter afastado ainda mais o Benfica da vitória. A mobilidade na frente foi um 'tiro pela culatra', tal como Bernat.
Simone Inzaghi: A avaliação do técnico só pode ser positiva. Não pela beleza do jogo do Inter, mas pela competência. Muito fortes no contra-ataque, permitiam uma posse de bola 'estéril' ao Benfica, que não tinha espaço no jogo interior. Mais um teste bem sucedido.
Árbitro
Para os benfiquistas ficará sempre a dúvida se o lance de Neres, aos 29 minutos de jogo, é ou não penálti. Na repetição, é visível que Barella dá um toque em Neres, sem tocar na bola. Ao mesmo tempo, parece que o brasileiro já estava em queda. No pós-jogo, Schmidt alegou que este lance era "100% penálti". Fora isso, as decisões parecem ter sido indubitavelmente acertadas.
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