O Benfica somou o sétimo triunfo consecutivo na I Liga, este sábado, ao bater o Estoril (0-1), graças a um herói chamado (Santo) António Silva, tanto na hora de cabecear para os festejos, como no momento de... fazer de guarda-redes.
Pode parecer uma referência aos Santos Populares, celebrados tradicionalmente no mês de junho, mas a verdade é que, mesmo em outubro, os adeptos dos encarnados bem podem agradecer ao jovem central pela forma como garantiu três pontos para a sua equipa. Vamos por partes.
Com uma 'revolução' no onze de Roger Schmidt, as águias desde cedo sentiram dificuldades em afirmar-se no encontro, sobretudo ao verem o Estoril a entrar ligeiramente melhor. Apesar de tudo, o Benfica acabaria o primeiro tempo ligeiramente por cima do emblema da Linha.
O Estoril voltou a 'fazer das suas' a abrir o segundo tempo, principalmente numa bola de Heriberto Tavares ao poste, mas a capacidade de resposta do emblema da Luz foi quase imediata e, já depois de ver um penálti a seu favor ser revertido por alerta do VAR, o tão desejado golo acabaria por aparecer em tempo de descontos.
O recém-entrado Musa assistiu António Silva para aquele que seria o lance decisivo no que ao resultado final diz respeito, ainda que o internacional português tenha feito o papel de Trubin no último lance do jogo, ao evitar, com a cabeça igualmente, aquele que seria o empate de Vital.
Desta forma, o Benfica avança para a liderança isolada da I Liga, com 21 pontos, fruto de sete triunfos consecutivos, esperando por aquilo que irá fazer o Sporting frente ao Arouca, este domingo. Já o Estoril, à semelhança do que tinha acontecido frente ao Vitória SC (3-2) na passada jornada, acaba por sofrer nova derrota nos descontos, mantendo-se no último lugar da prova, com quatro pontos.
Vamos então às notas da partida:
Figura
António Silva acaba por se afirmar, inevitavelmente, como a figura do encontro, sobretudo pelo cabeceamento certeiro aos 90+3' que deu a conquista dos três pontos ao Benfica, mas não foi só por isso que se destacou. Para além das mais variadas abordagens defensivas que foi protagonizando na missão de manter o perigo longe da baliza de Trubin, o jovem central ainda conseguiu duplicar o estatuto de herói no último lance da partida, ao fazer de guarda-redes para evitar, com a cabeça, o empate de Vital.
Surpresa
Petar Musa voltou a não jogar de início na equipa de Roger Schmidt, mas nem por isso deixou de se destacar na condição de suplente utilizado. O avançado croata rendeu Casper Tengstedt na frente de ataque aos 69 minutos e mostrou que era possível mexer com o jogo, sobretudo nos instantes finais. Tanto assim foi que Musa seria mesmo o autor da assistência para o golo do companheiro António Silva já em período de descontos.
Desilusão
Cassiano já revelou ser um autêntico 'quebra-cabeças' para as defesas adversárias, porém, isso não aconteceu propriamente no jogo deste sábado. O avançado participou apenas num lance de perigo, em que até chegou a deixar Trubin com queixas, tendo acabado por ver colegas como Heriberto Tavares e Rafik Guitane a serem bem mais 'assustadores' para a equipa encarnada. Não foi de admirar, por isso, que acabasse por ser substituído por Alejandro Marqués aos 57 minutos.
Treinadores
Vasco Seabra quis repetir a 'dose' levada para Guimarães, na passada jornada, com nota para a substituição 'forçada' do castigado Jordan Holsgrove a permitir a entrada de Koba Koindredi no onze, sendo que até se pode dizer que o modelo podia ter funcionado, em função das boas entradas em ambas as partes do jogo. As substituições no segundo tempo deram maior frescura à equipa, porém, os seus jogadores voltaram a vacilar nos descontos, não sendo uma novidade na presente temporada.
Roger Schmidt terá surpreendido o adversário (e os adeptos) com a 'revolução' apresentada no onze, em função da troca de seis jogadores, acompanhada de nuances posicionais. E a verdade é que as mudanças tardaram em ter (bons) resultados no que ao futebol praticado diz respeito, sendo que as substituições na segunda parte acabaram por dar outro alento ao jogo... mas só nos instantes finais. Ainda assim, há que realçar que o Benfica sofreu (e muito) para conquistar mais três pontos na I Liga.
Árbitro
André Narciso rubricou uma arbitragem razoavelmente segura, em que o único erro flagrante acabou por ser prontamente corrigido por Rui Costa no VAR, ao reverter a grande penalidade que tinha sido assinalada a favor do Benfica por suposta falta sobre Chiquinho. Criterioso na hora de apitar as faltas e coerente no momento de puxar dos cartões do bolso, o árbitro de 40 anos revelou ter 'pulso' para apitar jogos dos 'grandes' de Portugal.
Leia Também: Benfica tarda em colocar-se 'em Linha', mas sobe à liderança provisória