Portugal pode carimbar, na próxima sexta-feira, no Estádio do Dragão, o apuramento para o Euro’2024 na Alemanha, bastando para isso consumar um triunfo, diante da Eslováquia.
Numa fase de apuramento imaculada, com seis vitórias em outros tantos jogos (24 golos marcados e nenhum sofrido), Nandinho, antigo jogador do Benfica, não esconde a confiança para o desafio que se segue. O ex-treinador do Gil Vicente e do B SAD, em declarações ao Desporto ao Minuto, encara com normalidade a chamada de João Neves à seleção A. Porém, não esconde alguma perplexidade com as ausências de Pedro Gonçalves e Paulinho do lote de convocados.
“Não é uma questão de querer ser demasiado otimista, mas espero uma vitória de Portugal. Por ser melhor, por ser favorito e por todo o trajeto que tem feito até aqui, durante o apuramento para este Europeu. Não podíamos estar melhor do que estamos. A seleção deve garantir o apuramento e o primeiro lugar desde já, para, depois, começar a dar espaço a jogadores menos utilizados. E, aí, o selecionador terá essa margem de manobra, até para explorar outras nuances táticas”, asseverou Nandinho, revelando alguns nomes que podem morar nesse 'cardápio'.
“Paulinho e Bruma são dois jogadores que têm estado em evidência, neste campeonato. Recordar que Paulinho, quando é chamado à seleção, responde com golos. E, depois, temos o caso de Pedro Gonçalves. Um atleta extraordinário e um dos melhores médios do futebol português, só que, refém de termos médios de tamanha qualidade, acaba por não ser convocado”, referiu.
A ausência de Pote deixa Nandinho “surpreendido, até pelos três anos fantásticos que conseguiu, no Sporting”, mas acredita que, mais tarde ou mais cedo, o médio dos leões acabará por rumar à seleção. “Roberto Martínez já fez ver que tem uma base de jogadores na qual não quer mexer e os resultados corroboram que a sua teoria está certa. Felizmente, nós temos uma base de recrutamento muito abrangente. Agora, se estivesse na pele de Pedro Gonçalves obviamente que me sentia frustrado. Mas o futuro tem de continuar a passar por continuar a trabalhar e por dar o melhor em cada jogo para ser, posteriormente, convocado. O selecionador acabará algum dia por o chamar".
"Também é importante colocar-nos na pele de Roberto Martínez e perceber que não é fácil eleger 23 homens num grupo de 40 e tal elegíveis. Se calhar a melhor facilidade é a nível defensivo, agora nos setores médio e ofensivo não é tão fácil. Por exemplo, já ninguém fala do André Silva, que esteve nas últimas fases finais dos grandes torneios. Temos de aceitar esta convocatória, porque, para colocarmos dois ou três jogadores, também tínhamos de remover outros, e, provavelmente, também soaria a injustiça”, complementou o ex-atleta das águias que vê um ‘plus’ de qualidade em Portugal com a chamada de João Neves.
“A chamada de João Neves não me surpreende, até pela importância que tem tido no Benfica”. Nesse sentido, e para quem julga uma convocatória recheada de novidades após selado o apuramento, Nandinho rema em sentido contrário: “As próximas convocatórias não vão fugir muito a esta e, apenas, se calhar, vamos vislumbrar três ou quatro caras novas. A base será sempre esta”. Uma base sem grandes alterações e um ‘onze’ com um jogador-chave.
“O normal é que Cristiano Ronaldo regresse ao ‘onze’. Roberto Martínez já deu a clara ideia que a seleção é Ronaldo e mais 10. Gonçalo Ramos deve começar no banco, a não ser que o treinador queira surpreender e apostar num esquema tático com dois avançados. Ronaldo apto será sempre a referência ofensiva da seleção. Agora, Gonçalo Ramos já mostrou que está à altura de substituir o madeirense sempre que necessário”, rematou.
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