O regresso de Jordan Henderson a Inglaterra foi marcado pelos fortes assobios de que foi alvo quando o seu nome foi anunciado em Wembley como capitão da seleção de Inglaterra frente à Austrália (1-0), em jogo particular que decorreu na noite de sexta-feira. Na segunda parte os adeptos dedicaram-lhe novo coro de assobios na altura em que foi substituído e há quem não tenha dúvidas: Henderson está a pagar caro a opção de ter rumado à Arábia Saudita. É isso que defende Sami Mokbel, jornalista do Daily Mail, num texto de opinião assinado no mesmo jornal neste sábado.
"Se Jordan Henderson não estava de alguma forma consciente do mal-estar dos adeptos em relação a ele após a sua mudança para a Arábia Saudita, agora ele não estará mais (...) Henderson tentou convencer a opinião pública de que sua mudança para a Arábia Saudita não foi motivada por dinheiro. Mas as pessoas não acreditam. Isso ficou claro agora. Os apoiantes, com razão, acreditam que Henderson vendeu a sua alma ao diabo e agora deixaram claros quais os seus sentimentos", começa por escrever Sami Mokbel, prosseguindo.
"Naquela que seria, em condições normais, uma das noites de maior orgulho da sua carreira, ao capitanear Inglaterra em Wembley, Henderson recuou no tempo e pagou o preço da sua mudança para o Médio-Oriente. Ele defendeu o NHS [serviço nacional de saúde de Inglaterra] durante a Covid-19, foi um lutador pela igualdade racial e um herói da comunidade LGBTQ+. Tudo isso passou em questão de meses. E para quê? Alguns milhões extras no banco. Não é difícil entender o que sentem as pessoas", lembrou o jornalista inglês, que deixa mais reparos.
"Só Henderson poderá dizer se está arrependido de tudo, porque esta foi uma noite desconfortável para um jogador de futebol que já foi apontado como o embaixador do futebol inglês", concluiu Sami Mokbel.
Recorde-se que Henderson deixou o Liverpool no último verão para assinar pelo Al-Ettifaq, da Arábia Saudita. O experiente médio inglês garantiu que não foi pelo dinheiro, mas dado o contexto monetário que se vive naquele país, os adeptos ingleses não perdoam a sua opção também por conta do seu passado e na forma como sempre promoveu a igualdade social.
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