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"Conflito em Israel? Ouvir a sirene tocar é muito traumatizante"

Defesa-central assume ser difícil ver "certas imagens".

"Conflito em Israel? Ouvir a sirene tocar é muito traumatizante"
Notícias ao Minuto

08:27 - 22/10/23 por Notícias ao Minuto

Desporto Miguel Vítor

Miguel Vítor é um dos muitos portugueses a atuar no futebol israelita. Em entrevista concedida ao jornal Record este domingo, o central, que chegou a Israel em 2016, recordou os tempos difíceis que viveu neste país.

"Ainda hoje, aquilo que aconteceu é um choque muito grande para mim. Magoa-me muito assistir a certas imagens e relatos daquilo que aconteceu, pois já tenho uma ligação muito forte ao país. Tenho amigos e conhecidos que perderam familiares e é difícil ouvir essas histórias. Moro mais ou menos a 15 minutos de Beer Sheva, numa vila mais pequena. Nesse dia, tudo começou por volta das seis e meia da manhã e eu não me tinha apercebido de nada. Acordei normalmente às oito da manhã, pois íamos ter treino às dez", começou por dizer o ex-Benfica, recordando as primeiras horas deste conflito.

"Já tinha muitas mensagens no grupo de Whatsapp dos jogadores, pois os meus colegas que estavam em Beer Sheva diziam-me que já tinham ouvido muitos alertas devido aos rockets, eles já tinham sentido as coisas de outra forma. Porém, na altura ainda ninguém se tinha apercebido da dimensão da tragédia, especialmente da infiltração de terroristas. O treino foi adiado para a tarde, pois todos achavam que nessa altura tudo já teria passado", prosseguiu Miguel Vítor, que é internacional por Israel, falando dos sinais sonoros que costumam tocar de forma regular.

"Já tinham acontecido três ou quatro vezes desde que estou em Israel e, infelizmente, já estava um bocado habituado e não fiquei em pânico, nem stressado. Durante a manhã fomo-nos apercebendo da grandeza do que tinha acontecido. Aí sim, fui ficando assustado. Os terroristas chegaram a uma vila que ficava entre 15 a 20 km de minha casa. Sentires que podem estar a uma distância tão curta faz com que comeces a olhar para a situação de outra forma", frisou Miguel Vítor, que recordou a chegada a Israel em 2016.

"Lembro-me que, quando cheguei, levaram-me à casa em que ia viver e mostraram-me logo o abrigo anti-bombas. Explicaram-me que, quando tocam as sirenes, temos logo de ir para lá. Disseram que normalmente os ‘rockets’ são destruídos pelo sistema de defesa, mas que, pelo sim pelo não, tínhamos de ir para lá e fechar todas as portas e janelas. Logo aí ficas a pensar 'o que é isto?...'. Eles dizem logo que é raro acontecer… É verdade que foi raro, mas a primeira vez que ouves a sirene a tocar é muito traumatizante. Ficas com aquilo no ouvido durante algum tempo e parece que estás sempre alerta. É difícil viver com isso, mas como disse, é uma raridade, em sete anos aconteceu três ou quatro vezes", vincou.

"Qualquer barulho que ouvias na rua deixava-te alerta e em sentido. Foi um sentimento que nunca tinha tido lá. Falei com um amigo meu e ele disse-me para ir lá para casa, pois ele tinha porte de arma… nunca pensei que chegasse a este ponto. Começas a falar com as pessoas do clube e eles deram logo liberdade aos estrangeiros para sair do país, pois, ao saber da dimensão da situação, sabiam que não ia ser resolvido em algumas horas ou mesmo em alguns dias. Alguns estrangeiros foram saindo e eu ainda fiquei mais um dia, pois tinha jogos da seleção e não sabia como ia ser. Foram horas muito stressantes", finalizou o antigo jogador do Benfica.

Leia Também: Miguel Vítor volta a Portugal: "Israel não merece estes ataques bárbaros"

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