O FC Porto saiu vitorioso do Clássico de basquetebol contra o Benfica (79-62), mas o duelo que decorreu no sábado ficou marcado por um episódio de insultos racistas dirigidos a Betinho Gomes, caso que foi denunciado pela mulher do basquetebolista encarnado.
Através de várias publicações nas stories da rede social Instagram, Sofia Ramalho Gomes revelou que o sucedido terá acontecido após a buzina final, na altura em que os jogadores recolhiam aos balneários.
"Querido basquetebol, desculpa pela ignorância das pessoas. Desculpa alguns te tratarem tão mal, sem respeito e com as suas atividades estragarem a beleza que tens. Quem realmente me conhece sabe que não sou de ficar calada perante injustiças , faltas de respeito, preconceitos e atos de racismo. Se já não me calo quando não é com os meus, imaginem hoje...", começou por escrever.
"Hoje, depois de tantos anos de dedicação a esta modalidade que tanto gostamos, o meu marido teve de ouvir: 'Preto vai para a tua terra', 'filho da p*' e 'preto de merda'. Quem protege os jogadores? Que além de atletas são pessoas e têm família. Desde o início até ao final do jogo. A minha questão é: um jogador tem de aguentar isto e ficar calado? Federação Portuguesa de Basquetebol, até quando?", prosseguiu a antiga internacional portuguesa de basquetebol.
"FC Porto, quantos jogadores negros vocês têm no vosso plantel? É assim que os tratam também? A garra do Norte não se caracteriza com atos de racismo, preconceitos e instigação à violência. Infelizmente, cada vez mais, nos últimos anos têm sido sempre assim. Tão triste que nem me sinto segura de levar os meus filhos para ver o pai. Primeiro porque não nos sentimos seguros e, segundo, porque não merecem ser testemunhas de tanta ignorância e ter de ouvir coisas que dizem ao pai. Triste mundo este em que vivemos", lamentou Sofia Ramalho Gomes.
"No final, o que realmente importa é que este atleta, Beto Gomes, é um senhor do basquetebol português e de Cabo Verde. E doa a quem doer é bicampeão, e está em casa, no seu país, que tão orgulhosamente e a 200 por cento representou por 14 anos", finalizou.
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