O FC Porto atravessa um momento de divisões internas e externas cada vez mais visíveis 'a olho nu'. Se, já a 23 de setembro, Sérgio Conceição tinha-se queixado do departamento médico, relativamente a uma lesão - "O Pepe fez um exame no dia de jogo, e ficou de fora. Têm de perguntar ao Dr. Nélson Puga, que ele saberá responder. Nem eu percebi bem, sinceramente" - o técnico do FC Porto voltou a deixar 'recados' internos.

"Os dois laterais estão lesionados. É difícil encontrar outras soluções. O Jorge e o Francisco fizeram bons jogos em Vizela, continuaram. É difícil para um treinador gerir. Ninguém gosta de perder. A forma como se sente a derrota é que pode ser diferente. Há aqui coisas a melhorar, em vários departamentos. Internamente, há pessoas que têm de assumir a sua responsabilidade para que nós sejamos mais fortes", atirou Conceição na flash interview depois da derrota diante do Estoril, último classificado. 

A indignação do treinador será dirigida especialmente ao departamento médico do clube, segundo adianta a imprensa desportiva nacional. No último jogo, Sérgio Conceição não pôde contar com sete jogadores (Iván Marcano, Wendell, Zaidu Sanusi, Iván Jaime, Gabriel Veron, Wenderson Galeno e Samuel Portugal). Na mesma intervenção já referida, Conceição desabafou: "Andamos aqui há vários anos com entre cinco a dez lesionados". 

Problemas de Sérgio com a direção remontam à pré-época

Além disso, outras questões têm afetado a relação entre o treinador e a estrutura do FC Porto. Segundo apurou o Desporto ao Minuto, junto de fontes conhecedoras da situação, o distanciamento já remonta à preparação da pré-temporada. O plantel dos dragões ficou alojado numa unidade hoteleira, em Vilamoura, com um relvado sem condições para a prática de treinos. 

O Desporto ao Minuto teve acesso a imagens que mostram o mau estado do terreno. Devido a essa razão, a comitiva teve de perder duas horas, diariamente, em deslocações para outro centro de treinos, em Albufeira. Situação que desagradou a Sérgio Conceição. 

Além dos problemas internos, recorde-se que as recentes declarações de André Villas-Boas sobre uma possível candidatura à presidência do clube, menos de um ano antes das eleições para os órgãos sociais, reacenderam os ânimos no mundo portista. A casa do putativo candidato foi, aliás, vandalizada com a inscrição "Traidor". Os 'recados' estendem-se às claques. Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, deixou um apelo para que "presidente, treinador, jogadores e adeptos" fizessem mais pelo clube. 

Sequência de jogos difícil, com Liga dos Campeões à mistura

A juntar 'à festa', o FC Porto tem pela frente um jogo importante, não só a nível desportivo como também financeiro. Os dragões recebem o Antuérpia, na terça-feira, naquele que é um jogo essencial para as contas do FC Porto na fase de grupos da Liga dos Campeões. Uma vitória garantiria, virtualmente, a passagem aos oitavos de final da competição ou, pelo menos, o repescamento à Liga Europa. 

Depois disso, há uma sempre difícil deslocação a Guimarães para enfrentar o Vitória SC. Nas últimas duas temporadas, o FC Porto conseguiu vencer pela margem mínima nas visitas ao Estádio D. Afonso Henriques. Depois disso, há paragem para os compromissos internacionais (que pode, quiçá, beneficiar os dragões), seguindo-se as visitas ao Montalegre, para a Taça de Portugal, e ao Barcelona, para a Liga dos Campeões.

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