Paolo Maldini foi demitido do cargo de diretor desportivo do AC Milan, no final da época passada, após uma bem sucedida carreira no clube como futebolista, Maldini trabalhou numa função executiva no clube milanês a partir de 2018. Agora, vem criticar abertamente algumas decisões da direção e revelar bastantes pormenores da sua estadia no clube.
O AC Milan ganhou o Scudetto após uma boa campanha em 2021-22, mas as capacidades de Maldini foram postas em causa nos 12 meses seguintes, depois de uma série de contratações de alto nível na sequência do sucesso não terem tido sucesso imediato. Agora, em entrevista ao La Reppublica, Maldini 'abre o livro'.
"A expetativa de Cardinale [dono do clube] era ganhar a Liga dos Campeões. Expliquei que era necessário um plano a três anos. De outubro a fevereiro, preparei-o com Massara e um consultor meu amigo: 35 páginas de estratégia sustentável e de necessidade de um salto de qualidade, enviadas ao Gerry, a dois dos seus colaboradores mais próximos e ao diretor-geral Furlani. Não recebi resposta relativamente a esse plano", começa por dizer.
"De 35 aquisições, eles escolheram De Ketelaere, que tinha 21 anos. Se escolhermos rapazes dessa idade, a taxa de insucesso é maior. É preciso esperar por eles, ajudá-los, alimentá-los, corrigi-los. Ao fim de três meses de trabalho, Boban, Massara e eu fomos chamados a Londres pelo proprietário e pelo diretor-geral e fomos praticamente desvalorizados: nem sequer gostavam de Leão, Bennacer e Theo. Mas era necessário um processo. Lembro-me sempre do ponto de partida", atira Paolo Maldini.
Maldini rejeitou ainda ter tido grande influência nas transferências do clube, apesar de ser criticado nessa pasta. "Está longe de ser verdade que Massara e eu não partilhávamos objetivos e estratégias. Nunca tive, nem quis ter, poder de assinatura: nem sequer para empréstimos. Todas as transferências eram aprovadas pelo diretor-geral e pela direção. Nós escolhíamos os jogadores; por vezes, o orçamento desaparecia. A interferência nas decisões desportivas, que afectam o equilíbrio financeiro, é normal. É injusto acusar-nos de não partilhar ideias. Foram necessárias muitas reuniões por causa do Ibrahimovic", exemplifica.
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