O 'sonho' dos bracarenses na Liga dos Campeões nunca excedeu os seis jogos por edição - a fase de grupos. Em três participações, a equipa minhota sucumbiu sempre neste momento, sem ter saboreado a fase a eliminar da Champions. Há que, no entanto, ressalvar a nobre campanha dos homens de Artur Jorge. 

Na última jornada, o Sp. Braga podia ainda alcançar um feito inédito, os oitavos de final, se conseguisse ter uma diferença de dois golos. Não foi isso que aconteceu - em Nápoles, a equipa da casa conseguiu sobrepor-se e vencer por 2-0, tranquilamente. 

O jogo parece ter tido apenas metade dos noventa minutos. Os dois golos surgiram na primeira parte, com alguma infelicidade para os homens de Artur Jorge. Primeiro, foi Serdar Saatçi a marcar na própria baliza, após um cruzamento, logo aos 9 minutos. 

Depois, à passagem da meia-hora, novo golo concedido com alguma sorte para Victor Osimhen - finalizou com os dois pés, inadvertidamente, e ultrapassou Matheus Magalhães. Só na segunda parte é que o Sp. Braga teve uma oportunidade digna de registo, com Ricardo Horta a acertar no poste direito da baliza. Os bracarenses tiveram mais remates, mas muitos saíram fora do alvo. 

Fica a campanha positiva do Sp. Braga e a aprendizagem de muitos jogadores do plantel que nunca tinham disputado a prova 'milionária'. Fica na retina uma vitória ao Union Berlim, outro empate com os alemães e derrotas vendidas caras a Napoli e Real Madrid. 

Figura

Victor Osimhen foi considerado o melhor jogador africano do ano e dá para perceber porquê. Mesmo a regressar ao melhor ritmo, após uma lesão, o avançado foi preponderante no jogo, marcando um golo e criando chances para a sua equipa.

Surpresa

Não é propriamente uma surpresa em Portugal... mas na primeira vez em que Ricardo Horta jogou a Liga dos Campeões na sua carreira, deixou boas indicações. Este jogo foi mais um exemplo, com remates perigosos do internacional luso. 

Desilusão

Serdar Saatçi não terá 100% de culpas no auto-golo que marcou (uma certa percentagem há que ser atribuída ao azar) mas a abordagem não foi a melhor e deixou a sua equipa mais fragilizada. 

Treinadores

Artur Jorge: A tarefa era 'hercúlea' mas o treinador pode ficar orgulhoso da repescagem para a Liga Europa. O auto-golo precoce dificultou os planos do técnico. Fica a questão se Al Musrati não podia ter sido opção logo no onze titular, para estancar o adversário. 

Walter Mazzarri: Se a sua equipa vinha a enfrentar dificuldades, a verdade é que o Napoli teve uma exibição bastante competente diante do Sp. Braga. Foi clínica na primeira parte e soube gerir o resultado. As várias substituições não foram contraproducentes.

Árbitro

O esloveno Slavko Vincic teve uma noite tranquila. Deu primazia ao espetáculo do jogo e praticamente não parou a partida. 

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