Os extremos opostos da I Liga tocaram-se em Trás-os-Montes, este sábado, num encontro em que o Sporting levou a melhor ao derrotar o Desportivo de Chaves (0-3), sem grandes dificuldades, mantendo consigo as 'chaves' da liderança.
Após as goleadas caseiras alcançadas frente a Estoril (5-1) e Tondela (4-0), os leões tardaram em abrir o ativo, é certo, mas a insistência deu resultado, de tal forma que conseguiram ir para o intervalo em vantagem, fruto de um golo de Paulinho (44'), instantes antes do tempo de descanso.
Marcar no fecho da primeira parte nunca é bom para quem sofre, mas fazê-lo no início do segundo tempo pode até ser pior. Foi isso que aconteceu em Chaves. Aos 51 minutos, Francisco Trincão atirou, de primeira, para o fundo das redes, acabando por obrigar Moreno a promover alterações na equipa.
O conjunto de Rúben Amorim aproveitou o bom momento e, pouco depois, Pedro Gonçalves soube como contrariar um falhanço do primeiro tempo, sentenciando a partida com o 0-3 final, aos 56 minutos, num lance em que ficaram visíveis os problemas defensivos dos flavienses.
Num jogo em que Viktor Gyokeres esteve mais 'apagado' no capítulo da finalização, cujas investidas não levaram o destino pretendido, houve quem aproveitasse para brilhar, de tal forma que os seus três companheiros de ataque (no caso de Pote varia de acordo com o sistema tático) acabaram por marcar.
O Sporting passa, assim, a somar 43 pontos na liderança da I Liga, com mais quatro por comparação ao rival Benfica, que receberá o Rio Ave este domingo. Já o Desportivo de Chaves mantém-se no polo oposto, como lanterna-vermelha do campeonato, com 11 pontos.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Pedro Gonçalves destacou-se bem para além do golo que marcou. Antes disso, o médio do Sporting até tinha protagonizado um falhanço na cara de Hugo Souza, quando ficou isolado aos 27 minutos, mas 'apagou' esse lance da memória, reagiu com muitas recuperações de bola e o seu posicionamento estratégico (e móvel) em campo ainda valeu umas valentes 'dores de cabeça' aos transmontanos. Tudo isto culminou, mais tarde, no golo sentenciador da partida (56') a coroar uma exibição assinalável.
Surpresa
Francisco Trincão já não era titular num jogo da I Liga desde a jornada inaugural, frente ao Vizela (3-2), tendo surpreendido ao ocupar um lugar no onze inicial. A verdade é que Rúben Amorim optou por 'sentar' Marcus Edwards e apostou no ex-Barcelona que, em boa verdade, não desiludiu, sobretudo com o segundo golo do jogo, aos 51 minutos, num belo remate à entrada da grande área. Além disso, as suas movimentações no corredor direito criaram muitas dificuldades ao conjunto de Moreno.
Desilusão
João Correia já foi herói, por muitas ocasiões, do Desportivo de Chaves, mas a exibição deste sábado estará longe de entrar nessas contas. O lateral-direito nem sempre revelou ter o melhor posicionamento em campo, fosse na linha de quatro ou de cinco defesas, sendo que a maior 'mancha' na exibição aconteceu aos 27 minutos, quando foi traído pelo relvado encharcado na hora de fazer um passe atrasado para Hugo Souza, algo que Pote não aproveitou.
Treinadores
Moreno Teixeira surpreendeu ao apostar na titularidade de Vasco Fernandes, apenas quatro dias após a sua oficialização como reforço do emblema de Trás-os-Montes, algo que até deu alguma tranquilidade à linha defensiva, mas não o suficiente como o resultado expressa. Intercalando entre quatro a cinco defesas na hora de proteger a sua baliza, o técnico ex-Vitória SC optou por mexer pela primeira vez na equipa após o segundo golo do Sporting, porém, não tardou em sofrer... o terceiro.
Rúben Amorim procedeu a algumas já esperadas trocas no onze por comparação que tinha ido a jogo frente ao Tondela (4-0), na Taça de Portugal, embora tenha optado por deixar jogadores como Coates e Edwards no banco. O primeiro golo demorou a aparecer, mas os leões demonstraram total confiança em que poderiam ser felizes... e foram. Já depois de ter trocado Eduardo Quaresma por Coates no reatar da partida, o jovem técnico guardou as outras substituições para a reta final já com o marcador sentenciado.
Árbitro
Luís Godinho protagonizou uma arbitragem segura e sem casos polémicos, embora tenha aguardado por indicações do VAR para validar o tento inaugural de Paulinho, em torno de um possível fora de jogo. De resto, o árbitro de 38 anos mostrou sempre estar seguro no momento de apitar as faltas e de puxar dos cartões (amarelos) do bolso.
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