Um dos jogos mais dominadores do Benfica nesta temporada. Os encarnados voltaram à versão nacional, depois de um jogo cinzento em França, diante do Toulouse, e regressaram às goleadas no campeonato. Após um 6-1 diante do Vizela, a vítima seguinte foi o Portimonense, com um 4-0 esclarecedor obtido no Estádio da Luz, neste domingo.
Roger Schmidt apresentou uma equipa com mais mobilidade do que o habitual, sem ponta-de-lança declarado, e lançou Alexander Bah de início. A primeira parte foi marcada por inúmeras oportunidades de golo com um denominador comum - o Benfica era travado pelo guarda-redes do Portimonense, Kosuke Nakamura.
Antes disso, referir a primeira de duas homenagens sentidas no Estádio da Luz. Aos quatro minutos, o mesmo algarismo usado por António Silva na camisola, os adeptos do Benfica ovacionaram o defesa que perdeu o avô durante a semana. Aos 87, seria João Neves o homenageado, nos mesmos moldes.
Voltando às várias oportunidades criadas pelo Benfica na primeira parte, Nakamura negou golos a Kokçu, Rafa Silva e Otamendi. Mesmo no final dos 45' iniciais, foi Ángel Di María que viu ser negado o golo pelo japonês. Erguia-se a 'Grande Muralha do Japão' na baliza do Portimonense mas, à semelhança da vizinha chinesa, a imponência não impediu invasões.
E com uma ataque de uma velocidade digna de 'ninja'. Três golos no espaço de quatro minutos, sem que o Portimonense conseguisse reagir ao prejuízo, ditaram a derrota dos homens de Paulo Sérgio. Primeiro foi Rafa Silva a encontrar o caminho da baliza, de trivela, depois David Neres, com uma bela arrancada (ultrapassou Nakamura com classe) e, como não há duas sem três, Di María fez o terceiro. Tudo entre os 55' e os 59 minutos.
O último golo do encontro, quando o Portimonense já estava rendido, surgiu através de uma excelente triangulação entre Tiago Gouveia, Kokçu e Rafa Silva, dentro da grande área. Uma vitória que manteve o Benfica longe dos rivais na liderança. Eles que, ainda por cima, deslizaram neste domingo. Sporting empatou, tal como o FC Porto. Ainda por cima, a equipa de Schmidt encontra o Sporting no próximo domingo.
Figura
Rafa Silva poderia facilmente dividir este título com Orkun Kokçu, que foi igualmente influente para o resultado, mas a verdade é que foi o avançado português que iniciou a 'operação relâmpago' do Benfica, aos 55' minutos, marcou outro e deu a marcar. Mais uma exibição que deixará os adeptos do Benfica com saudades do avançado, quando a saída se efetivar.
Surpresa
Nakamura fez várias intervenções decisivas que deixaram o Portimonense a discutir o resultado, durante a primeira parte, e manteve inviolável a baliza durante esses primeiros quarenta e cinco minutos. Pouco se pode apontar quanto aos golos do Benfica. Quarta temporada do internacional japonês em Portimão.
Desilusão
Numa exibição globalmente positiva do Benfica, o elemento mais apagado, como tantas vezes nesta temporada, foi mesmo João Mário. Não teve grande participação em qualquer dos golos, sendo apenas uma peça que procurou manter o equilíbrio posicional da equipa.
Treinadores
Roger Schmidt: Se o alemão tinha falhado na aposta por ataque móvel em Guimarães, a verdade é que, desta vez, Rafa Silva, David Neres e Ángel Di María deram conta do recado no que toca ao desequilíbrio da ofensiva contrária. Benfica esteve dinâmico na procura do golo, adiado apenas por Nakamura. Uma das melhores exibições da temporada.
Paulo Sérgio: Que dizer deste jogo? Se fosse 'fatiado' em dois, o Portimonense poderia ir satisfeito para casa ao intervalo. No entanto, a verdade é que, se Paulo Sérgio quisesse realmente levar algo deste jogo, tinha de assumir mais riscos e proteger melhor a baliza. Como nem tarefa, nem outra foi alcançada, a nota tem de ser negativa.
Árbitro
Miguel Nogueira ajuizou um jogo tranquilo, sem grandes casos, não tendo influência negativa nem no resultado nem no ritmo de jogo. Nota positiva.
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