Amarelo com vermelho não dá negro, mas podia. Notas do Estoril-FC Porto

Dragões ficam (para já) a dez pontos da liderança e ainda perdem Diogo Costa e Francisco Conceição para o jogo com o Vitória SC.

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Carlos Pereira Fernandes
31/03/2024 08:01 ‧ 31/03/2024 por Carlos Pereira Fernandes

Desporto

Análise

O FC Porto terá, ao que tudo indica, dito o 'adeus' definitivo à luta pela conquista do título de campeão nacional, fruto da derrota sofrida, este sábado, perante o Estoril, por 1-0, numa partida cuja arbitragem prometer dar que falar, ao longo dos próximos dias.

Os dragões entraram mal e até podiam ter sofrido um golo logo ao sétimo minuto, não fosse uma intervenção atenta de Diogo Costa, depois de Tiago Araújo ter isolado Cassiano. Um lance que acabou por servir como um 'choque de realidade'.

Daí em diante, os azuis e brancos dispuseram de diversas oportunidades para marcar. No entanto, ora Marcelo Carné, ora Eliaquim Mangala, ora a pura falta de pontaria, fizeram com que os minutos se passassem sem que o marcador funcionasse.

Logo a abrir o segundo tempo, os canarinhos deram um novo sinal de aviso, desta feita, por intermédio de Heriberto Tavares, que desperdiçou um golo que parecia certo. Na resposta, Francisco Conceição caiu na área e António Nobre apontou para a marca de grande penalidade.

Foi, precisamente, aqui que tudo começou a 'dar para o torto' para os visitantes. Após consultar o VAR, o árbitro voltou atrás, por entender que não havia falta de Eliaquim Mangala, decisão que provocou uma 'onda' de indignação e consequente perda de foco.

De tal maneira que, minutos depois, Otávio Ataíde 'meteu os pés pelas mãos'. Na tentativa de atrasar a bola para Diogo Costa, acabou por comprometer o companheiro de equipa, que teve de recorrer à falta para travar Wagner Pina e, assim, receber ordem de expulsão.

Na conversão do respetivo pontapé-livre, Cassiano não perdoou, e colocou a bola no fundo das redes já à guarda de Cláudio Ramos. De cabeça perdida, Francisco Conceição também foi expulso, pelo que vai desfalcar as opções da equipa no próximo fim de semana, na receção ao Vitória SC.

Do outro lado da 'barricada', também Bernardo Vital viu o cartão vermelho direto, desta feita, por derrubar Danny Namaso, quando este seguia isolado rumo à baliza, dando por terminado um triste espetáculo de todos os pontos de vista possíveis.

Feitas as contas, o FC Porto permanece no terceiro lugar, com 58 pontos, menos dez do que o líder, o Sporting (que ainda tem uma partida em atraso) e menos nove do que o segundo classificado, o Benfica. O Estoril, por seu lado, alcança os 28 pontos e 'cola-se' ao Gil Vicente, na décima posição da I Liga.

Figura

Uma noite 'diabólica' de Rodrigo Gomes. O internacional sub-21 português esteve na génese de praticamente todas as ocasiões de perigo do Estoril. É verdade que não marcou nem assistiu, mas os passes 'açucarados' para Cassiano e Heriberto Tavares, por exemplo, tinham tudo para merecer outro tipo de aproveitamento.

Surpresa

Eliaquim Mangala foi um autêntico 'muro' na defesa do Estoril. Nos momentos mais complicados, deu 'o corpo às balas' e foi 'apagando fogos', com maior ou menor dificuldade. Se conseguir, de uma vez por todas, estabilizar a este nível exibicional, dificilmente perderá a titularidade no setor.

Desilusão

A pausa para compromissos internacionais fez mal a Otávio Ataíde. Depois de tantos bons sinais, o ex-Famalicão assinou, porventura, o pior jogo ao serviço do FC Porto, que teve como ponto mais baixo o passe disparatado que resultou no cartão vermelho direto exibido a Diogo Costa.

Treinadores

Vasco Seabra: Voltou a fazer 'xeque-mate' a Sérgio Conceição. Mesmo sem Pedro Álvaro e, sobretudo, Rafik Guitane, soube montar o Estoril de forma a explorar as debilidades do FC Porto. É verdade que os canarinhos passaram por momentos de grande 'aperto', mas resistiram e até tiveram oportunidades para marcar mais golos.

Sérgio Conceição: É difícil argumentar que o FC Porto não fez o suficiente para levar os três pontos da Amoreira. Principalmente, na segunda metade do segundo tempo, dispôs de oportunidades de sobra para marcar, mas a ineficácia falou mais alto. Infelizmente, o comportamento do treinador fora das quatro linhas continua a deixar a desejar.

Árbitro

Aos poucos, o jogo começou a 'descambar' em picardias sucessivas, e António Nobre deixou-se levar. Adotou um critério disciplinar, depois outro, depois outro... Os cartões vermelhos não merecem contestação, é verdade, mas até podia ter exibido mais. Resta, agora, perceber ao certo o que o levou a anular a grande penalidade inicialmente assinalada a favor do FC Porto, já que parece não haver dúvidas de que existiu falta de Eliaquim Mangala sobre Francisco Conceição, já que as tão badaladas explicações ao público... nada explicaram.

Leia Também: Polémica no Estoril. Francisco Conceição cai, mas VAR anula o penálti

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