"Essa atitude da primeira parte não se pode repetir, até porque é contrária àquilo que é o Boavista. O foco incidiu no nosso jogar e nos comportamentos. Identificámos o opositor e precavemos-mos para as contrariedades que naturalmente nos causará, mas, sobretudo, [atentámos] em nós para que haja um retomar da nossa identidade e um comportamento que faça jus à história e à mística do Boavista", enquadrou, em conferência de imprensa.
A equipa do Bessa não vence há três jogos e regressou às derrotas na ronda anterior, ao perder com o Farense (2-0), tendo sofrido os dois golos antes do intervalo, numa fase em que o videoárbitro (VAR) já tinha atuado na anulação de outros dois tentos aos algarvios.
"Quando não se traz o rigor e a concentração aos níveis que a exigência do duelo obriga, acontecem situações idênticas às que se viram nessa primeira parte. Corrigimos isso [ao intervalo], alterámos e lá voltámos a ter mais concentração, disponibilidade, identidade e atitude. A nossa resposta acabou, naturalmente, por ser diferente", frisou Ricardo Paiva.
Sem vencer fora de casa há seis encontros - quatro derrotas e dois empates - o Boavista volta agora a Arouca, onde foi afastado há quase cinco meses na quarta fase da Taça de Portugal através do desempate por grandes penalidades (4-3, após 2-2 no final dos 120 minutos), numa partida que assinalou a estreia de Daniel Sousa no comando dos 'lobos'.
"Acautelámos as questões ofensivas do adversário, assim como também exploramos os seus aspetos defensivos, mas bato nesta tecla: a nossa preocupação foi fazer com que o rigor e a concentração acompanhassem a exigência da partida e a história do clube que representamos. Procurámos trazer toda a gente para o mesmo registo, fazendo perceber que estamos unidos na procura de um resultado positivo. Prova disso é esta adesão dos adeptos. Queremos dar uma resposta positiva por eles e trazer a nossa imagem ao de cima, mostrando que estamos unidos e determinados na conquista do objetivo", reiterou.
As 'panteras' tentam alcançar a barreira dos 30 pontos, quando restam seis jornadas por disputar e seguem na 11.ª posição, com 29 pontos, oito acima da zona de despromoção automática e apenas mais três em relação à vaga de acesso ao play-off de manutenção.
"Até nesse ponto, há que dar continuidade às questões do trabalho e internas e não nos focarmos em questões matemáticas. Queremos continuar a fazer o nosso percurso, mas olhando sempre para o objetivo, com base naquilo que é o trabalho semanal, de forma a conseguirmos estar à nossa altura, defender a nossa imagem com uma atitude digna, competitiva e profissional e atingir um bom resultado nos jogos", finalizou Ricardo Paiva.
Se Luís Pires, César, Júlio Dabó e Gonçalo Almeida permanecem lesionados, Sebastián Pérez já recuperou do surto gástrico manifestado na última semana e está apto, tal como Salvador Agra e Miguel Reisinho, que tinham falhado o embate em Faro por suspensão.
O Boavista, 11.º colocado, com 29 pontos, oito acima da zona de descida direta, visita o Arouca, sétimo, com 40, no domingo, a partir das 18:00, no Estádio Municipal de Arouca, para a 29.ª ronda da I Liga, sob arbitragem de Carlos Macedo, da associação de Braga.