Após uma época marcada pela instabilidade e salários em atraso, no plano desportivo, o Boavista encontra-se em 13.º lugar, mas apenas dois pontos à frente do Portimonense, que ocupa a posição de acesso ao play-off de manutenção.
Face ao contexto conturbado, Jorge Simão, que parte para o seu segundo jogo no comando técnico, após o empate frente ao Estrela da Amadora (1-1), mostrou-se solidário com os seus jogadores.
"Estamos vivos para a luta. Eu consigo ter a empatia, a sensibilidade para perceber o quão difícil tem sido a época para este grupo de jogadores. Aquilo que eu vou vendo é que esta rapaziada está viva. Cada um destes jogos, até ao final da época, vai ser uma verdadeira luta, porque todas as equipas têm os seus objetivos ainda por confirmar e a margem vai-se reduzindo", constatou, na conferência de antevisão ao encontro.
Em contraste, o Vitória de Guimarães é quinto classificado e ainda com hipóteses matemáticas de chegar a um histórico terceiro lugar, algo que mereceu consideração por parte do técnico do Boavista, que, ainda assim, prefere focar-se nas capacidades do seu conjunto.
"É uma equipa que tem a ambição legítima de lutar ainda por um lugar no pódio. Vem de três jogos em que não conseguiu vitórias. Obviamente que estou à espera de uma equipa que queira entrar forte para ganhar o jogo. Essa é a parte deles. A nossa parte é fazermos aquilo que temos para fazer", reiterou.
Recém-regressado ao clube do Bessa, que orientou entre 2017 e 2019, o treinador reconhece que tem muito pouco tempo para imprimir o seu cunho pessoal na equipa e assume que é perigoso incutir-lhe demasiadas alterações numa fase tão adiantada da temporada.
"Por muita vontade que eu tenha de querer colocar a equipa a jogar à minha imagem, acho que o mais importante é perceber o contexto. Entrei neste clube para fazer cinco jogos, a três dias do primeiro. Eu acho que o perigo, na minha cabeça, é ter a vontade, o ímpeto ou o impulso de querer alterar muita coisa. De querer colocar a equipa a jogar à minha imagem. São areias movediças porque pode tornar-se contraproducente", explicou.
Robert Bozeník, a recuperar de lesão no ombro esquerdo, é a grande baixa do lado boavisteiro, para além das já esperadas ausências de Luís Henrique e Júlio Dabó, mas o capitão Sebastián Pérez regressa, depois de cumprir suspensão na jornada passada.
Jorge Simão confirmou ainda que o guardião João Gonçalves permanecerá a primeira escolha para a baliza, apesar de César estar novamente apto, após lesão prolongada.
O Boavista, 13.º classificado da I Liga, com 30 pontos, defronta no Estádio D. Afonso Henriques o Vitória de Guimarães, quinto, com 57, a partir das 20:30 de sábado, com arbitragem de Luís Godinho, da Associação de Futebol de Évora.