O Benfica ofereceu, este domingo, de 'mão beijada', o título de campeão nacional ao Sporting, fruto da derrota sofrida na deslocação ao Estádio Municipal de Famalicão, por 2-0, que o deixa a oito pontos da liderança, quando restam apenas seis em disputa.
Um encontro que teve instantes iniciais 'loucos'. Primeiro, com um golo a Ángel di María, ao terceiro minuto, devido a uma posição irregular de apenas nove centímetros. Cinco minutos depois, Jhonder Cádiz colocou a bola no fundo da baliza, mas estava adiantado... por 41 centímetros.
Até ao intervalo, ambas as equipas dispuseram oportunidades de sobra para festejar, mas Anatoliy Trubin e Luíz Júnior não deixaram, juntamente com... o poste, que 'roubou' o que parecia um golo certo a Puma Rodríguez.
Ao intervalo, Roger Schmidt mexeu, lançando Florentino Luís, Rafa Silva e Arthur Cabral para o lugar de Orkun Kokçu, David Neres e Marcos Leonardo, e o clube da Luz melhorou consideravelmente, com mais critério na hora de atacar a baliza.
No entanto, não foi suficiente. Aos 71 minutos, Puma Rodríguez conseguiu, finalmente, o golo que há tanto tempo procurava, provocando uma 'explosão' de alegria, nas bancadas. Já aos 85 minutos, Zaydou Youssouf fez, também ele, o gosto ao pé e selou o resultado final.
Ao cabo de 32 jornadas, o Benfica é, assim, segundo classificado, com 76 pontos, menos oito do que o líder, o Sporting, pelo que já não há matemática que lhe valha na corrida pelo título. O Famalicão, por seu lado, é oitavo classificado, com 39 pontos.
Figura
Tantas vezes travado por questões físicas, Puma Rodríguez deixou à vista de todos que, em plenas condições, tem tudo para ser um caso sério, neste Famalicão. O internacional panamiano foi um 'quebra-cabeças' para a defesa do Benfica, principalmente, na primeira parte. Na segunda, perdeu 'gás', mas não deixou de marcar o golo que abriu caminho à vitória.
Surpresa
Armando Evangelista lançou Sorriso para o lugar de Chiquinho, aos 61 minutos, quando o Benfica atravessava o seu momento mais 'avassalador' do ponto de vista ofensivo, e a reação do Famalicão não podia ser mais... sorridente. Com bola no pé, o avançado brasileiro deu aos minhotos a serenidade de que precisavam para regressarem ao ataque.
Desilusão
Este título perdido tem muito de Arthur Cabral. O avançado entrou ao intervalo, para o lugar de Marcos Leonardo, e foi municiado de toda e qualquer maneira, fosse por terra, fosse pelo ar... Mas a verdade é que não soube dispor das diversas oportunidades de que dispôs para adiantar o Benfica no marcador, pelo que o Famalicão foi acreditando que era mesmo possível vencer.
Treinadores
Armando Evangelista: Uma leitura brilhante do treinador do Famalicão. Soube explorar as debilidades do Benfica, colocando em campo uma equipa com as devidas cautelas, mas sem nunca abdicar da saíra para o ataque, à 'boleia' da potência física de Jhonder Cádiz e Puma Rodríguez. Na segunda parte, a equipa sofreu, mas foram as alterações do treinador que lhe permitiram dar a volta por cima.
Roger Schmidt: Uma primeira parte que foi o espelho de toda a temporada do Benfica, uma equipa partida, assente, acima de tudo, na criatividade de Ángel di María, o único a conseguir encontrar os caminhos para a baliza. No segundo tempo, mexeu bem, sobretudo, com as entradas de Florentino Luís e Rafa Silva, que deram outra clarividência aos encarnados. O entusiasmo gerou-se, mas, assim que o Famalicão percebeu como anular estas 'armas', deixaram de ter capacidade de resposta.
Árbitro
Noite tranquila para João Gonçalves, sem grandes casos para julgar. O início foi frenético, com dois golos (bem) anulados a Ángel di María e Jhonder Cádiz no espaço de apenas cinco minutos. Daí em diante, não teve grande trabalho, pelo que merece nota positiva.
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