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"Amorim é um líder natural. Não é o líder imposto no grito e na força"

 Rúben Amorim tem patenteado um perfil espontâneo no comando técnico do Sporting, pelo qual arrebatou dois dos últimos quatro campeonatos, caracteriza o ex-futebolista internacional português, treinador e dirigente Augusto Inácio.

"Amorim é um líder natural. Não é o líder imposto no grito e na força"
Notícias ao Minuto

07:34 - 20/05/24 por Lusa

Desporto Augusto Inácio

"Acima de tudo, o que gosto nele é a crença no trabalho que está a fazer, a comunicação com o interior e o exterior, a maneira como se relaciona com a equipa e os jogadores, e a humildade em não ter problemas nenhuns de, por vezes, dizer quando erra. Enfim, é um líder natural. Não é o líder imposto no grito e na força, mas mais na base do consenso", avaliou à agência Lusa o ex-defesa, de 69 anos, que se sagrou campeão nacional como atleta (1979/80 e 1981/82) e técnico (1999/00, após um 'jejum' de 18 anos) pelos 'leões'.

Depois de ter quebrado uma 'seca' de 19 anos em 2020/21, Rúben Amorim, de 39 anos, sucedeu em 2023/24 ao inglês Randolph Galloway como primeiro técnico a 'bisar' desde 1951/52 pelo clube lisboeta, reflexo da dimensão histórica do 20.º título 'verde e branco'.

"Claro que vai ficar gravado a letras de ouro na história do Sporting, porque não é normal o clube ser campeão duas vezes em quatro anos. Por muitos anos que passem, todos se vão lembrar do Rúben Amorim, que tem dado uma força incrível ao Sporting como clube grande e vencedor. Pode dizer-se agora com mais firmeza que eles lutarão pelo título em 2024/25 e eu acredito que sim, uma vez que as pessoas me dão tais indicações", referiu.

Amorim alcançou o sexto troféu em outras tantas épocas nos bancos, e quinto ao serviço do Sporting, no qual venceu igualmente duas Taças da Liga (2020/21 e 2021/22) e uma Supertaça Cândido de Oliveira (2021), reerguendo um clube talhado para a instabilidade.

"O clube teve muitos treinadores até acertar com este. A partir daí, contratou mais do que um técnico e ganhou força a ideia que eu tenho de ele ser quase tudo ali. Apesar do seu valor, que já provou ser imenso, não podemos esquecer que ele teve a sorte de ter uma direção que continuou a acreditar mesmo não tendo conquistado nada na época anterior. Quando não se ganha nada, a tendência é despedir o treinador", alertou Augusto Inácio.

A meta falhada do bicampeonato - que já foge aos 'leões' há 70 anos -, em 2021/22, bem como o quarto posto na temporada passada, aliado à consequente ausência da Liga dos Campeões, fizeram subir a pressão de Rúben Amorim, que foi atenuando alguma da sua intempestividade e diversificou os automatismos do habitual '3-4-3' para resgatar o título.

"A moda agora é alinhar com três defesas centrais. Como se percebeu que é um sistema equilibrado - e isso tem a ver muito com as dinâmicas -, o Rúben Amorim encontrou esse equilíbrio com estes jogadores e provavelmente alertou outros treinadores para que, em função do que tinham, pudessem fazer quase o mesmo. Aliás, à exceção do Sporting, foi em '3-5-2' que eu tive mais sucesso e levei Marítimo e Vitória de Guimarães à Europa. É um sistema de que gosto, mas, se não tiver jogadores para tal, não vai resultar", indicou.

Com um novo recorde de pontos (90) e vitórias (29) e o ataque mais eficaz (96 golos), os 'leões' destronaram o Benfica, que fechou a 10 pontos do topo - na maior diferença entre primeiro e segundo classificados desde 2010/11 -, enquanto Amorim passou a ser o mais jovem treinador português a ganhar a I Liga por duas vezes, suplantando o recentemente falecido Artur Jorge, que, com 40 anos, tinha 'bisado' pelo FC Porto (1984/85 e 1985/86).

"O Sporting apostou na qualidade e não gastou em quantidade, coisa que tinha feito nos anos anteriores. A vantagem de um treinador que está há alguns anos no mesmo clube é que sabe aquilo que tem e qual é a personalidade dos seus atletas. O Rúben Amorim já conhece o Sporting como a palma das suas mãos. Depois, era só preencher as posições em que achasse que era preciso mais qualquer coisa para dar um salto na qualidade de jogo. Claramente, Viktor Gyökeres e Morten Hjulmand foram pedras chaves", distinguiu.

Amorim vai 'devolvendo com juros' os 10 milhões de euros (ME) investidos pelo Sporting na sua contratação ao Sporting de Braga, em março de 2020, e tentará levar os 'leões' à primeira 'dobradinha' em 22 anos no domingo, quando lutar na final da Taça de Portugal com o FC Porto pelo único troféu interno em falta na sua curta caminhada como técnico.

"Se o clube continuar nesta linha, tem muitas hipóteses de ser campeão mais vezes e de se afirmar a nível europeu. O problema vai colocar-se quando o treinador sair e aí iremos ver as diferenças. Muitas vezes, basta sair uma peça para que um projeto já não exista. Neste momento, o projeto do Sporting chama-se Rúben Amorim", vincou Augusto Inácio.

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