O FC Porto publicou esta terça-feira, através das plataformas oficiais, um longo comunicado de despedida para Sérgio Conceição, que colocou um ponto final na ligação de sete anos aos azuis e brancos enquanto treinador da equipa principal.
Na nota, os portistas destacam o "percurso recheado de recordes e troféus" nestes 2.552 dias e que terminou com a conquista de 11 títulos. Além dos feitos como treinador, o FC Porto recordou a extensa ligação de Conceição ao clube portista desde bem cedo na carreira de futebolista.
"Após 2.552 dias no comando técnico do FC Porto, Sérgio Conceição irá abandonar o cargo que ocupa há sete temporadas. Para trás fica um percurso recheado de recordes e troféus: onze, mais precisamente, entre campeonatos (três), Taças de Portugal (quatro), Supertaças Cândido de Oliveira (três) e Taças da Liga. O homem natural de Ribeira de Frades mudou-se para a Invicta muito antes de ser apresentado como treinador do clube do coração. Em 1991, com apenas 16 anos, o promissor futebolista chegou ao Estádio das Antas à boleia do pai José e o que se seguiu foram tempos muito difíceis para um adolescente longe de casa. Refugiou-se nos amores de uma vida - Liliana, com quem viria a casar e a ter cinco filhos, e o desporto que hoje todos apaixona -, concluiu a formação nas escolinhas portistas e iniciou o percurso como sénior entre empréstimos ao Penafiel, Leça e Felgueiras. Voltou às Antas a pedido de António Oliveira, timoneiro responsável pelo terceiro e quarto títulos do Penta e que fez de Sérgio Conceição um dos melhores alas direitos da Europa", começou por escrever o FC Porto no comunicado.
Depois de passar em revista os anos seguintes do técnico portista em Itália, o clube da cidade Invicta recordou os sucessos de Conceição nos clubes por onde passou, até chegar ao comando técnico do FC Porto.
"Depois de quatro anos sem qualquer conquista no futebol, Jorge Nuno Pinto da Costa apostou as fichas todas num velho amigo que recolocou o FC Porto na rota dos triunfos. Dito e feito. Logo à primeira oportunidade, a dupla manteve o Penta um exclusivo dos Dragões com direito a máximo de pontos (88). 2018/19 arrancou com a vitória na Supertaça, porém não terminou da forma desejada. Sérgio Conceição sempre se alimentou das adversidades e nunca baixou os braços, por isso continuou a trabalhar mais do que a concorrência para reconquistar o título durante o confinamento e depois de ter estado sete pontos atrás do Benfica. Não satisfeito, bateu o rival nas finais da Taça e da Supertaça", vincou o clube portista.
"Nos meses seguintes voltou a erguer o caneco a que Cândido de Oliveira dá nome, estreou o filho Francisco na equipa principal e lançou as bases para a melhor campanha de que há memória: 2021/22, o ano de ouro em que o FC Porto bateu novamente o recorde de pontos na Liga (91), de jornadas seguidas sem perder (58, um máximo europeu) e, tal como André Villas-Boas havia feito, festejou o título no Estádio da Luz. A época 2022/23 não terminou nos Aliados, mas acabou com mais três troféus nas vitrines do Museu - entre eles a esquiva Taça da Liga, que fez dos portistas detentores de todos os títulos nacionais-, e com Sérgio Conceição a inscrever o nome a letras douradas num livro de honra de vitórias sem igual", prossegue o comunicado do FC Porto, que termina com um agradecimento a Conceição.
"Aos 49 anos, mais de três décadas depois de ter começado a defender o brasão abençoado, despede-se do FC Porto como o treinador com mais jogos (378), vitórias (273) e troféus (11) da história azul e branca. Obrigado, Sérgio Conceição", finaliza o FC Porto.
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