O agora antigo defesa central recorreu às redes sociais para informar que o fim chegou, após mais de duas décadas ao mais alto nível, que terminou com a participação no quinto Europeu da carreira ao serviço de Portugal, depois de erguer a Taça de Portugal, no Jamor, com um triunfo diante do campeão Sporting (2-1), no prolongamento.

"Eu sentia e sabia que ia ser o meu último jogo e título pelo clube. Acho que foi merecido acabar com um título e ser a Taça de Portugal, prova que representa a essência do povo português e o que é a cultura do futebol português", pode ouvir-se no vídeo publicado.

E acrescentou: "Nas conversas em privado com o treinador, dizia-lhe que era muito importante ganharmos essa Taça de Portugal. Queria muito poder dar a alegria aos adeptos portistas, queria acabar a minha trajetória no FC Porto com esse título. Fiquei muito feliz".

Depois, recordou os dois momentos em que vestiu a camisola dos 'azuis e brancos', com a primeira passagem, entre 2004 e 2007, a ser muito especial", uma vez que foi o FC Porto que o "colocou no olho do que é o futebol da Europa" e proporcionou a ida para o Real Madrid, em 2007.

"Tive no meu último percurso no FC Porto (de 2018 e 2024) um 'staff' técnico que me ajudou muito a continuar a ter este gosto pelo futebol, por acordar e me sentir privilegiado por poder fazer aquilo que mais amo. Decidi voltar para o meu clube, que é o FC Porto, para poder continuar a dar alegrias aos adeptos", confessou Pepe, que na carreira defendeu ainda as 'cores' do Marítimo e do Besiktas.

O jogador nascido no Brasil 'pendura as botas' com mais de 30 títulos conquistados, incluindo um Campeonato da Europa com a seleção nacional, em 2016, e três Liga dos Campeões, todas com o Real Madrid, clube que considera o "maior do mundo".

"Foi um momento especial passar 10 anos no maior clube do mundo. Lembro-me do primeiro dia que pisei em Espanha e estava tão feliz. Foi uma aventura que decidi tomar, arrisquei e saí ao fim de 10 anos com cabeça levantada. Foram 10 anos que me projetaram para o mundo de futebol", lembrou.

O internacional luso em 141 jogos, só superado por Cristiano Ronaldo (212) e João Moutinho (146), recordou o momento em que se estreou pela seleção das 'quinas' e disse o que é para si ser português.

"Quando me estreei pela seleção portuguesa foi um turbilhão de emoções. Foi o assumir de um compromisso que tenho até ao dia de hoje, sempre colocando o interesse da seleção em primeiro lugar. Ser português é para mim um orgulho imenso. Sei que não nasci em Portugal, mas considero-me português, porque sou muito grato ao que Portugal me deu", transmitiu.

A eliminação de Portugal nos quartos de final do Euro2024, diante da França, nas grandes penalidades, foi o último momento da carreira e de 'quinas ao peito', com Pepe a explicar o porquê de ter chorado no ombro do capitão Cristiano Ronaldo.

"Eu acreditava muito que íamos ganhar este Europeu. Foram lágrimas de impotência, de não corresponder aos portugueses. Foi pela expectativa que criaram em nós e de também saber que era o meu último jogo, que não ia poder ter outra oportunidade de lhes dar alegria", lamentou.

Os agradecimentos não foram esquecidos, com Pepe a destacar "todos os presidentes que apostaram e acreditaram" em si, além de "todos os companheiros e treinadores que fizeram crescer e competir diariamente".

A família mereceu igualmente palavras especiais na hora da despedida, nomeadamente a mãe, a mulher e os filhos.

"A minha mãe foi essencial nesta minha trajetória, por ter-me deixado voar para o meu sonho, que era ser jogador profissional de futebol. A minha mulher que foi o lar, na minha ausência e os meus filhos por serem um apoio fundamental na minha vida", terminou.

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