Segundo o dirigente, as negociações entre os autores das três propostas globais apresentadas à mesa da assembleia geral (direção, Movimento Servir o Benfica e comissão de estatutos), foi elaborado um documento único, que será submetido à votação dos sócios numa futura assembleia geral extraordinária.
"É importante que estes acompanhem a evolução no clube e no grupo Benfica, na totalidade. Os estatutos têm de ser adequados à realidade de hoje e não podem ser estatutos que já têm umas décadas e que foram fantásticos, porque duraram bastante tempo com algumas alterações pontuais realizadas em 2010", advertiu Jaime Antunes.
Apoiando-se no consenso alcançado, o 'vice' do Benfica alargou a mensagem às intenções do elenco liderado por Rui Costa.
"A direção empenhou-se e chegou-se a um consenso. A direção também está a dizer aos sócios que estamos aqui para unir o Benfica e encontrar consensos em questões estruturantes da vida do Benfica", realçou.
Entre as propostas detalhadas está a possibilidade de transição dos sócios correspondentes para efetivos com metade da antiguidade, o aumento dos votos para os sócios jovens, de um para três até aos cinco anos, de cinco para 10, para quem é associado há mais de cinco.
Relativamente às reuniões magnas do clube, esta proposta de revisão estatutária sugere que passe a votar também as contas consolidadas do grupo Benfica, e não apenas as do clube.
A maioria do clube na SAD vai passar a ser estatutariamente obrigatória, assegurando ainda que terá o controlo da gestão, indicando sempre o presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva, se ela existir.
Jaime Antunes explicou ainda que vai ser proposta a limitação de três mandatos aos presidentes dos vários órgãos sociais do clube, casos da direção, da mesa da assembleia geral, do conselho fiscal e da comissão de remunerações.
O 'vice' do Benfica deixou ainda aberta a 'porta' para a adoção do voto eletrónico nos atos eleitorais do clube, mediante um novo regulamento eleitoral, que deve prever o voto físico, em urna, exceto se as listas concorrentes aceitarem, por unanimidade, o voto eletrónico, assim como ao pagamento aos dirigentes do clube.
"Pela primeira vez, esta proposta de estatutos do Benfica prevê a remuneração dos Órgãos Sociais. Como se sabe, nos estatutos atuais, que estão em vigor, os elementos dos órgãos sociais não podem ser remunerados, nem direta, nem indiretamente, no Benfica. Trabalhamos por amor ao Benfica, porque gostamos do Benfica, mas não é possível ser remunerado. Hoje em dia, esta prática limita muito a possibilidade de sócios do clube se candidatarem aos diferentes cargos. As pessoas têm as suas vidas profissionais, e quem não se sente remunerado dificilmente poderá desempenhar esse papel", explicou, acrescentando que, para o efeito, vai ser criada uma comissão de remunerações, sendo certo que os montantes não pode superar 0,5% da faturação global do grupo Benfica.
De acordo com Jaime Antunes, esta proposta global única foi entregue ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, Fernando Seara, que, a partir do fim de agosto, poderá convocar a reunião magna para a sua votação.
A mesa da assembleia geral 'encarnada' anunciou a convocação de reuniões com os subscritores de alterações estatutárias do clube, em 17 de julho, praticamente um mês depois de, em 15 de junho, ter decorrido uma reunião magna para definir a metodologia a aplicar na revisão dos estatutos, sobre as quais existiam as tais três propostas.