O Benfica somou a segunda vitória consecutiva na I Liga, este sábado, ao derrotar o Estrela da Amadora, por 1-0, numa noite que contou com várias peripécias desde o relvado (uma troca decisiva a ditar a vitória e duas lesões a provocar 'dores' de cabeça') às bancadas, com uma enorme assobiadela na Luz... apesar da vitória.

Sem João Mário na lista de convocados (com uma eventual saída no horizonte), Orkun Kokçu foi uma das novidades do onze das águias, que contou com três mudanças após a forte contestação quanto à escolha de titulares ,por parte de Roger Schmidt, no jogo frente ao Casa Pia (triunfo por 3-0). Ora aí está a tal troca triunfar. Entrou a titular e marcou o golo da vitória, aos 19 minutos, com Bruno Brígido a não ficar propriamente bem na fotografia.

A segunda parte ficou marcada por um Benfica sempre em busca do segundo, perante um Estrela da Amadora sólido a defender e pouco criterioso a atacar, mas antes disso eis que surgiu a primeira 'dor de cabeça' para o treinador alemão. À semelhança do que tinha acontecido com a lesão madrugadora de Beste no jogo anterior, Fredrik Aursnes também teve de ser 'forçosamente' substituído, à passagem da meia hora de jogo, por Tiago Gouveia - ele que acabaria mesmo por provocar a tal segunda 'dor de cabeça', ao sair com queixas no braço direito, nos últimos minutos da partida.

Num jogo que permitiu a (re)estreia de Renato Sanches pelas águias - com direito a uma forte ovação -, Ángel Di María assinalou o seu regresso à Luz e, apesar do muito 'estrelato' em campo, não houve assim tanto brilho como se pensaria. Aliás, talvez por esse motivo uma parte considerável dos quase 60 mil adeptos presentes tenha expressado o seu descontentamento, com uma enorme assobiadela assim que Hélder Malheiro deu por encerrada a partida.

Com seis pontos em nove possíveis, o Benfica continua, assim, a três dos rivais Sporting e FC Porto - que se defrontam em Alvalade na próxima jornada -, bem como do também líder Famalicão. Já o Estrela da Amadora mantém-se nas últimas posições, com apenas um ponto conquistado.

Vamos então às notas da partida

Figura

Orkun Kokçu assume-se, incontornavelmente, como a figura do encontro, não só pelo facto de ter apontado o único golo, mas também pelo que produziu ao substituir o ausente João Mário. O médio turco já tinha tentado a sua sorte antes de deixar o público da Luz em festa e voltaria a tentar mais tarde, para além da importância que teve nas investidas ofensivas da equipa. Aproveitando o ritmo e o bom momento de forma, Roger Schmidt acabou por deixá-lo em campo até ao apito final.

Surpresa

Ferro regressou a uma casa que bem conhece e, por comparação à exibição frente ao Famalicão (0-3), terá subido os quantos 'degraus' na avaliação de Filipe Martins. O defesa-central de 27 anos ganhou grande partes dos duelos, tirou o 'pão de boca' às referências do Benfica por diversas ocasiões e ainda se destacou no capítulo da assertividade dos passes, pelo que revelou ser uma das unidades mais consistentes do Estrela da Amadora, apesar de um ou outro 'pecado' nas bolas longas para o ataque.

Desilusão

Gianluca Prestianni ficou longe do nível que estava a começar a habituar os adeptos encarnados, ao ponto de ter apenas uma oportunidade, no segundo tempo, atirando para fora de forma algo perplexa. Além disso, falhou alguns passes surpreendentes e terá gerado alguma impaciência a Roger Schmidt. Não foi de estranhar que fosse uma das primeiras substituições (descartando a troca 'forçada' de Aursnes à meia hora de jogo), com a entrada de Ángel Di Maria para o seu lugar, aos 71 minutos, algo que pecou por tardio.

Treinadores

Roger Schmidt decidiu promover três alterações no onze, já depois da contestação em torno das suas escolhas iniciais no jogo anterior, sendo que, curiosamente ou não, uma das novidades (Orkun Kokçu) viria mesmo a apontar o único golo do Benfica. O treinador alemão ganhou 'dores de cabeça' com as lesões de Aursnes e Tiago Gouveia, a ditarem as primeira e última substituições 'forçadas', sendo que, de resto, voltou a esperar pela segunda metade do segundo tempo para voltar a mexer na equipa... e com 'estrelato'.

Filipe Martins entregou a titularidade de Kikas a Nani, talvez para que a presença de uma das referências incontornáveis do futebol português fosse sinal de maturidade num jogo de elevada exigência, mas a verdade é que os tricolores foram pouco ambiciosos na hora de atacar, sem um único remate enquadrado. As substituições permitiram refrescar alguns processos, porém, se o Estrela da Amadora só saiu da Luz com um golo sofrido a muito se deve a Bruno Brígido (apesar das 'culpas' nos festejos de Kokçu).

Árbitro

Hélder Malheiro não teve casos polémicos pela frente, mas não escapou à fúria do público encarnado na hora de mostrar cartões amarelos a jogadores do Benfica (algo que se verificou por três vezes), sendo que, ao intervalo, as águias tinham o quadruplo das faltas (12 contra 3) - números que 'equilibraram' no segundo tempo de um jogo em que o árbitro de 44 anos mostrou, ao fim e ao cabo, estar preparado para os grandes palcos.

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