Luís Montenegro, primeiro-ministro, recebeu as dezenas de atletas olímpicos e paralímpicos que representaram Portugal nas duas competições, em Paris, ao longo das últimas semanas, dedicando palavras de incentivo e de apoio, tanto aos que ganharam, como aos que não conseguiram resultados de destaque, lembrando ainda o "trabalho" e a "entrega" de todos eles para ter, pelo menos, a oportunidade de brilhar no palco da maior prova desportiva do mundo.
"Na saudação que faço ao Comité Olímpico, permitam-me um abraço de evocação de respeito e homenagem ao trabalho que o professor José Manuel Constantino fez pelo desporto português (…) Senhores representantes de várias Federação, membros do corpo técnico de várias modalidades, staff de apoio e treinadores, mas sobretudo aos atletas olímpicos e paralímpicos, que neste ano de 2024 ergueram bem alto esta sensação única do que é ser português e da sensação que subiram à competição para representar todo um povo", começou por dizer o primeiro-ministro.
"Tive o privilégio de ter estado nos Jogos Olímpicos. Por vicissitudes do calendário e da agenda, não pude estar nos Jogos Paralímpicos. Vibrei com as competições. Assisti ao vivo à conquista da medalha de prata do Pedro Pichardo, no triplo salto, bem como no ciclismo, com o Iuri Leitão e o Rui Oliveira. Vi outras prestações igualmente fantásticas de atletas que naqueles dois dias representaram as cores portuguesas", vincou de seguida.
"Tenho bem presente que, no fim, há sempre esta distinção para aqueles que atingem o patamar mais elevado. O respeito que nós temos, e eu pessoalmente, é igual para cada um dos atletas que disputaram esta enorme competição desportiva do mundo. Só quem não tem noção do trabalho, esforço e entrega para se poder estar entre os melhores do mundo… Ser campeão olímpico ou paralímpico é de facto ser o melhor dos melhores no mundo. Ser o segundo, o terceiro, o sexto, o décimo ou vigésimo faz-nos pensar numa coisa. No mundo inteiro, à frente daquele vigésimo, só houve 19 pessoas com um desempenho no plano desportivo superior. Vale para qualquer posição, seja para quem conquistou diplomas ou não", acrescentou ainda Luís Montenegro.
O primeiro-ministro deu ainda conta da "vibração" e da "superação" que foram palavra de ordem para que a bandeira de Portugal fosse colocada no topo, durante os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos.
"Se tivéssemos um desempenho entre estar sempre entre os 10, 20 ou 50 melhores do mundo, em todas as áreas de atividade, estaríamos sempre entre os países mais ricos do mundo. Indiscutivelmente. Se conseguíssemos ter essa capacidade numa forma transversal, éramos os mais ricos do mundo na vertente financeira. Do ponto de vista moral e espiritual, acho que o somos na mesma. Em nome do Governo, prestamos aqui hoje um tributo e homenagem ao vosso trabalho, mas também naquilo que esteve na génese e nos resultados. O que atribuímos a este desempenho expressa-se na vibração, na alegria, mas vai muito mais longe. Esta vossa demonstração da capacidade de fazer melhor que os outros, de superação, são mensagens de inspiração para toda a sociedade, em particular para todos da prática desportiva", atirou.
"Aquando da minha passagem por Paris, disse que estava ali o empenho deste Governo em poder reforçar as políticas públicas, para termos mais prática desportiva em Portugal. Somos um dos países da Europa com menor prática desportiva, do ponto de vista genérico da população. Não há nenhuma razão para isso. Mesmo sendo pequenos do ponto de vista populacional, somos capazes de conseguir estar entre os melhores. Somos um país com apetência física, do ponto de vista territorial, para termos mais prática desportiva. Há deficiências para ultrapassar, mas temos boas infraestruturas para tal", completou Luís Montenegro.
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