"Não temos regras escritas no balneário, mas quem treina e está com mais rotinas tem mais possibilidades de jogar. Por isso, vamos seguir em frente dessa maneira. O Tomé Sousa vai assumir a titularidade e não tenho nenhuma dúvida de que cumprirá o seu trabalho, tal como fez até agora", afirmou o técnico italiano, em conferência de imprensa.
O internacional sub-18 português, de 17 anos, prepara-se para assumir a baliza do Boavista, seis dias depois de o habitual titular João Gonçalves e o brasileiro Luís Pires terem sofrido no mesmo treino roturas ligamentares dos joelhos direito e esquerdo, respetivamente, que vão obrigar a intervenções cirúrgicas, afastando-os dos relvados por vários meses.
"As lesões fazem parte da vida de um futebolista profissional, mas terem acontecido daquela forma é inimaginável. Lamento muito pelos dois, sobretudo pelo João Gonçalves, que estava a fazer uma época excelente, mas temos de olhar sempre em frente. Aquilo que aconteceu dará possibilidades a outros jogadores de mostrarem o seu valor", notou.
Tomé Sousa começou a trabalhar com o plantel principal na época passada e beneficiou da ausência prolongada de Luís Pires, que estava na fase final de recuperação de uma lesão ligamentar do joelho esquerdo, para ser suplente de João Gonçalves no arranque de 2024/25, além de ter cumprido 90 minutos numa partida da equipa de sub-19 do Boavista.
As contingências levaram ao regresso do guarda-redes brasileiro César, de 32 anos, que tinha terminado contrato em junho, mas não compete oficialmente desde 2022/23, quando totalizou seis partidas, tendo feito, posteriormente, uma rotura do joelho direito.
Apesar de o Boavista estar impedido de inscrever novos jogadores há quatro janelas de transferências seguidas, devido a dívidas, esta movimentação foi viabilizada, uma vez que o brasileiro já tinha sido registado pelas 'panteras' junto da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) na época passada e, desde então, não se vinculou a outro clube.
César regressou ao Bessa na quinta-feira e fez quatro treinos, mas vai ser suplente na Reboleira, deixando Cristiano Bacci com um plantel de 24 jogadores, metade dos quais com idade igual ou inferior a 21 anos.
"Os jovens têm um nível muito parecido entre eles e a escolha será feita no mesmo sentido: joga quem estiver melhor naquele momento. Já mostrei que esta regra também vale para os mais velhos", vincou.
O Boavista já tinha perdido Miguel Reisinho por oito semanas, devido a uma lesão acromioclavicular no ombro direito, numa altura em que o influente médio somava quatro titularidades no campeonato, tendo anotado o único golo 'axadrezado', ao decidir de grande penalidade a vitória sobre o Casa Pia (1-0), em Rio Maior, na jornada inaugural.
"Trabalhámos no mesmo sentido, sem pensar nesta paragem ou em dias de folga. É normal que três jogadores importantes como Bruno Onyemaechi, Ilija Vukotic e Róbert Bozeník tivessem ido para as suas seleções nacionais, mas também deu para avaliar outros jovens dos sub-19 e entender melhor as chances de poderem integrar a equipa principal", referiu Cristiano Bacci, garantindo a disponibilidade do trio de internacionais.
O Boavista, 13.º classificado, com quatro pontos, visita o Estrela da Amadora, 17.º e penúltimo, com um, na segunda-feira, às 20:15, no Estádio José Gomes, na Amadora, no encontro de encerramento da quinta jornada da I Liga, sob arbitragem de Tiago Martins, da associação de Lisboa.
"Temos de pensar que o adversário mudou muito, fez um grande esforço económico e trouxe jogadores importantes. Não começou bem a época, mas tem uma equipa forte. Vamos ter um jogo complicado num ambiente difícil, mas temos de encará-lo com a mesma confiança", apelou.