Didier Deschamps concedeu uma longa entrevista aos canais oficiais da Federação Francesa de Futebol (FPF), esta segunda-feira, aproveitando para esclarecer toda a polémica relacionada com a ausência de Kylian Mbappé entre os convocados, devido a uma lesão comunicada atempadamente pelo Real Madrid, ainda que, recentemente, tenha sido convocado para defrontar o Villarreal (2-0), no passado fim de semana.
O selecionador francês vincou que os interesses das seleções e dos clubes "divergem inevitavelmente em algum momento", relembrando não só que também já foi treinador de um clube e sabe o que é gerir os jogadores antes de saídas para seleções, como também o facto de ser o Real Madrid o "empregador" do seu capitão.
“Em relação ao Kylian [Mbappé], isto cristaliza muitas coisas sobre ele. Não é só o caso do Kylian, porque hoje temos que ver as coisas de uma forma mais geral. Os interesses dos clubes e os interesses das seleções divergem inevitavelmente em algum momento. Devemos lembrar também, e sempre foi assim, que o empregador é o clube. É o Real Madrid e não a federação”, começou por dizer, em declarações citadas no AS.
"Faço questão, pela relação que tenho com os jogadores, de falar com eles. Obviamente que, para mim, o mais importante é o interesse do jogador. Sei muito bem que ele não vai contra o seu clube. Não quer isso. Depois de uma conversa é preciso perceber que colocamos os interesses do jogador em primeiro lugar, sem deixá-lo cair em dificuldades", vincou de seguida.
"A dada altura, se há jogadores numa situação em que possam existir problemas físicos, os clubes comunicam o risco de uma ida à seleção. Não estou aqui para correr riscos, fui treinador de um clube e quando se está num clube e acha que há um risco, podemos continuar a contar com os jogadores”, completou.
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