Ronnie Gibbons, antiga capitã da equipa feminina do Fulham, concedeu esta sexta-feira uma entrevista ao portal The Athletic, na qual acusou o já falecido Mohamed al Fayed, dono dos londrinos até 2013, de abuso sexual.
"Falar a minha verdade e finalmente contar a minha história vai ajudar-me a curar e a livrar-me da vergonha, do embaraço e da dor que carreguei durante anos. Ele puxou-me para perto de si e tentou beijar-me na boca. Tinha os braços a segurar-me os braços, como se estivessem ao meu lado, para que eu não o pudesse afastar nem nada disso. Era uma espécie de postura de controlo, do tipo 'estou a dominar-te'. Senti que tinha uma enorme responsabilidade sobre os meus ombros, porque tínhamos acabado de nos tornar profissionais. Ele até pode ter-me posto a língua em cima ou assim", começou por dizer a antiga jogadora dos londrinos, agora com 44 anos.
"Lembro-me de me sentir mal, mesmo fisicamente, quando saí de lá", recorda. Meses mais tarde voltou a cruzar-se com Mohamed al Fayed: "Desta vez, apalpou-me. Quando se estava a despedir, agarrou-me, tentou segurar-me e beijar-me. Ele dizia: 'Não estás assustada, pois não? Não precisas de ter medo, não vou fazer nada disso, és muito preciosa, és uma rapariga muito especial'", prosseguiu.
Entretanto, e através de um comunicado oficial, o Fulham disse estar atento a este tipo de denúncias e prometeu uma reação caso seja necessário.
"O clube está profundamente perturbado ao tomar conhecimento das experiências contadas hoje pela antiga capitã da equipa feminina, Ronnie Gibbons. Ela tem a nossa mais profunda empatia e apoio. Continuamos a sublinhar a nossa condenação absoluta de todas as formas de abuso. Continuamos a tentar determinar se alguém no clube foi ou poderá ter sido afetado por Mohamed Al Fayed de alguma forma, tal como descrito em relatórios recentes", pode ler-se na nota.
Leia Também: Pupilo de Marco Silva recusou ir à seleção… porque sabia que não ia jogar