"Acredito pouco [que o Benfica seja suspenso]. [Mas], independentemente da decisão judicial que venha a acontecer, é inegável que a mancha está lá. É mais um sinal, uma confirmação do segundo período negro do futebol português", disse o dirigente dos 'leões', em entrevista à RTP 3.
Segundo Varandas, "houve um" primeiro "período negro chamado 'Apito Dourado'" e um outro que disse não saber "se vai ser recordado como caso dos emails ou não", mas vincou que "são duas fases negras" que "têm dois rostos: Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira".
"Houve um período de 'Apito Dourado', onde Pinto da Costa tinha toda a sua teia, toda a sua estrutura montada, e mais tarde aparece Luís Filipe Vieira, talvez cansado de investir e não conseguir ganhar, e faz uma 'portização' do Benfica", acusou o presidente 'leonino', lembrando que uma das pessoas que Vieira foi buscar foi Paulo Gonçalves, considerando que este é um "denominador comum em todos os processos".
Nesse sentido, insistiu que tem "muitas dúvidas" de que venha a fazer-se justiça, admitiu a "dificuldade do Ministério Público em conseguir provar" as acusações ao clube da Luz, mas afirmou que "um português com dois dedos de testa sabe bem o que se passou" e que "houve muita viciação do jogo".
"Enquanto presidente do Sporting, reconheço que há muita culpa própria no insucesso do Sporting nestes 40 anos, mas isto é a prova de que o jogo estava viciado à partida. Era muito difícil", atirou.
A Benfica SAD foi acusada pelo Ministério Público (MP) de vários crimes, entre os quais corrupção ativa e fraude fiscal, juntamente com o antigo presidente Luís Filipe Vieira.
No despacho, o MP elenca vários crimes alegadamente cometidos pelos arguidos, para os quais pede ainda penas acessórias, que podem implicar "a suspensão de participação em competição desportiva".
Depois, virando a 'agulha' para Norte, Frederico Varandas considerou a mudança na liderança do FC Porto "muito positiva para o futebol português" e, reconhecendo que "o Sporting se desviou recentemente" de valores como "a dignidade, a integridade e o desportivismo", frisou que foi o próprio clube "a expelir e a resolver esse problema".
"Acho que tem de existir alguma coerência moral. Se eu preconizo, adoto e divulgo que nós agimos sob determinados valores e transparência, então, não faz sentido elogiar publicamente quem representou o oposto disso tudo", atirou o presidente do Sporting.