José Mourinho concedeu, esta terça-feira, uma extensa entrevista à Sky Sports, na qual falou de vários temas da atualidade, entre eles o possível regresso à Premier League. O treinador do Fenerbahçe abriu essa porta, mas deixou um sério aviso à navegação.
"Fiz uma piada. Nunca irei para uma equipa que esteja a lutar contra a despromoção. Nunca irei. Fico chateado, e não estou no período da minha carreira para ficar chateado. Estou no período da minha carreira para estar sempre feliz e, neste momento, a jogar nas competições europeias, estou sempre a ficar chateado. Mas não vou lutar contra a despromoção. É demasiado difícil! Sinceramente, acho que deve ser a coisa mais difícil. É mais difícil do que disputar títulos. Tem de ser muito difícil do ponto de vista emocional, porque é algo que muda vidas. Acho que são os corajosos que o fazem", começou por dizer Mourinho, garantido que vai continuar no Fenerbahçe mais uma temporada.
"Tenho de voltar à Premier League, mas não para já. Tive três clubes em Inglaterra, portanto, em quatro períodos diferentes, treinei em Inglaterra e adoro. E, do ponto de vista social, tive a sorte de viver em muitas cidades, mas a minha família vive em Londres. Londres é a minha casa, por isso um dia tenho de voltar, a não ser que ninguém me queira. Mas um dia gostaria de regressar. Mas não me interpretem mal, e vamos ser muito claros, nos próximos dois anos, nesta época e na próxima, ninguém me vai tirar do Fenerbahçe", prosseguiu o treinador setubalense.
Mourinho aproveitou esta entrevista para deixar largas críticas à UEFA, recordando a polémica depois da final da Liga Europa de 2023, ao serviço da AS Roma, e depois da qual apanhou uma suspensão de quatro jogos por ter confrontado o árbitro Anthony Taylor.
"A sensação é que estou em apuros na Europa. Perdi uma final de uma forma que ainda não aceito e, desde então, sinto-o. Sinto que é injusto no sentido em que, no futebol, quando temos de ser castigados, somos castigados, mas depois de sermos castigados é uma folha limpa. Deveria começar do zero, mas não começou. Fomos eliminados da Liga dos Campeões (desta época) pelo Lille com um penálti do VAR aos 94 minutos que só o VAR viu. Depois, claro, houve a noite de quinta-feira. Eu estava a gritar, como toda a gente no banco e no estádio, 'É penalty, é penalty!', sem qualquer tipo de insulto, e recebi um cartão vermelho. Sei que é uma batalha que nunca poderei ganhar. [Merece outro tratamento?] Mereço ser (tratado) como toda a gente. Em campo, não importa se és o Lionel Messi ou se estás a jogar o teu primeiro jogo. As regras são as mesmas para o Messi e para o miúdo. E para os treinadores é a mesma coisa. Não importa se é Carlo Ancelotti ou um jovem treinador que está a começar. Ancelotti tem de se comportar da mesma forma que o miúdo. É isso que eu quero para mim e é isso que não estou a conseguir", vincou Mourinho.
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