Os sportinguistas já quase que se haviam esquecido do sabor da derrota, mas na última terça-feira, diante do Arsenal (1-5), na Liga dos Campeões, depararam-se com um 'balde de água fria' que muitos consideram ter sido 'despejado' por Marcus Edwards, um dos jogadores com pior prestação.
Essa é, também, a opinião de José Eduardo, que em declarações ao Desporto ao Minuto fez a análise à dura derrota leonina e garantiu que a sua presença no Estádio José de Alvalade lhe permitiu ter uma noção ainda mais real do que aconteceu dentro do campo.O Marcus Edwards, como toda a gente viu, não funcionouO antigo defesa português começou por referir que o seu lugar nas bancadas é "muito próximo do relvado", o que o ajudou a entender que o Sporting "esteve durante toda a primeira parte e um bocadinho da segunda a jogar com menos um no aspeto defensivo". "O Marcus Edwards, como toda a gente viu, não funcionou e estava completamente perdido. Eu estava ali ao pé tive imensa pena dele", acrescentou.
"Ele estava completamente perdido no campo em termos defensivos e depois começou a ouvir assobios dos adeptos. Eu sei, por experiência própria, que quando começamos a ouvir os assobios a nossa confiança fica completamente diminuída. Assistimos, também, a uma grande diferença de ritmo competitivo entre as duas equipas, na velocidade de movimentação e de chegada à bola", completou José Eduardo que deixou claro que, na sua opinião, o extremo inglês não podia ter jogado tanto tempo.
"Ao fim de meia hora eu estava à espera que o Edwards fosse retirado de campo. Era um jogo decidido em pormenores e havia soluções. Tínhamos o Matheus Reis, que podia entrar para trás e permitir a saída do Maxi para a frente. As maiores situações de perigo saíram do nosso lado esquerdo, precisamente porque o Edwards estava perdido. As dificuldades do Edwards provocaram um grande desgaste nos outros jogadores. O Morita saiu completamente esgotado, o Maxi a mesma coisa", completou.
Ainda assim, José Eduardo recorreu-se da sua experiência como jogador para explicar o impacto negativo que uma substituição aos 30 minutos de jogo pode ter, mas também sublinhou que a prioridade tem de ser, sempre, o "bem-estar da equipa". "Entendo que um treinador não queira retirar um jogador à meia hora de jogo, é terrível e eu já passei por isso, mas há males que vêm por bem e acima do bem-estar de qualquer jogador está o bem-estar da equipa. O João Pereira podia ter retirado o Edwards e mais tarde, a meio da semana, abraçava-o, dizia-lhe: 'Gosto muito de ti, não estavas a render, mas eu confio em ti e vou voltar a pôr-te a jogar'", justificou.
No entanto, José Eduardo considera que é muito cedo (e seria até injusto) dar uma opinião acerca de João Pereira e recorda o que aconteceu aquando da chegada do seu antecessor. "Alguns sportinguistas também cometeram um erro de julgamento acerca do Ruben Amorim e ele também se estreou na Liga dos Campeões com uma goleada sofrida. Vamos ter calma, vamos ver, mas em termos emocionais o próximo jogo é muito importante, porque se não corre bem temos um problema acrescido. As equipas vivem do estado de espírito e o Manchester City é um bom exemplo disso mesmo, os jogadores continuam a ser os mesmos e o que mudou foi precisamente o estado de espírito", salientou.
Antecipando o próximo adversário do Sporting, o Santa Clara, José Eduardo diz que um resultado positivo dos leões "vai depender muito da capacidade de resposta e do trabalho que for feito durante a semana pela equipa técnica" e que cabe aos mesmos provar ao plantel que a goleada diante do Arsenal "foi um acidente".
"Têm de ser muito diretos na análise dos erros e terão de tomar boas decisões na constituição da equipa. Eu gosto de homens e mulheres convictos, mas entre a convicção e a teimosia vai uma curta distância. Uma coisa é o Santa Clara e outra é o Arsenal, apesar de ambos terem camisolas vermelhas [risos]", rematou o antigo defesa direito que vestiu a camisola do Sporting por 50 ocasiões.
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