André Villas-Boas concedeu uma extensa entrevista ao jornal L'Équipe, esta segunda-feira, a recordar as dificuldades financeiras que encontrou ao assumir o cargo deixado por Pinto da Costa na presidência do FC Porto, num 'reinado' que durou 42 anos, após as eleições do passado mês de abril, revelando mesmo que o clube se preparava para ser vendido... a um fundo americano.
"Contactámos instituições internacionais para refinanciar a dívida do clube. Conseguimos angariar 115 milhões de euros e precisávamos de gerar 15 milhões imediatamente para pagar os salários dos funcionários e dos jogadores. A situação era realmente limite. Se não tivéssemos sido eleitos, creio que o clube ia mesmo ser vendido a um fundo americano, dentro de um ou dois anos, no máximo. Havia oito mil euros na conta à ordem", revelou o líder máximo dos azuis e brancos.
"Quando tens, por exemplo, de deixar à espera pessoas que ganham mil euros por mês para o clube recuperar e poder fazer o pagamento, é doloroso. Muitos jogadores ficaram livres, houve muito dinheiro pago a intermediários. Enquanto que no Benfica e no Sporting, 40% do valor das vendas entra nos cofres, no FC Porto eram apenas 10% por força de diversos acordos", vincou de seguida.
"Já estamos numa progressão de 30 para 40% da nossa receita comercial. Sobre as transferências, a taxa média de comissões paga pelo FC Porto a intermediários foi de 13%. Nós reduzimos isso em 3% e ainda mudámos o diretor desportivo, de formação, de desempenho, do futebol feminino e do scouting", completou.
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