Deu em grande galo o regresso de João Pereira a Barcelos. Após duas vitórias consecutivas, o Sporting voltou a marcar passo no campeonato e não foi além de um nulo, na noite de domingo, na visita ao Gil Vicente, em jogo da 15.ª jornada da I Liga.
Um resultado com consequências nefastas para os vigentes campeões nacionais. Para além de terem perdido a hipótese de recuperar a liderança isolada da prova, os verde e brancos falharam a possibilidade de alcançar o segundo triunfo consecutivo na 'era' de João Pereira ao comando.
Em Barcelos, com oito lesionados, o leão embateu de frente contra o muro do galo. O Sporting quase não existiu na primeira parte, tendo melhorado na etapa complementar, mas sempre com um futebol previsível, sem ideias. Gyokeres, e Catamo no segundo tempo, remaram contra a corrente à procura de evitar novo escorregão dos campeões nacionais.
Mas do outro lado estava um Gil Vicente moralizado após duas vitórias e que se apresentou bem organizado. A ajudar teve um guarda-redes inspirado e que conseguiu fechar os caminhos para a baliza.
João Pereira sai de uma casa que bem conhece - esteve no Gil Vicente durante duas épocas - com um nulo que pode entregar de bandeja a liderança ao rival Benfica a uma semana do dérbi em Alvalade. É caso para dizer que deu galo, já que o leão perdeu o poleiro isolado.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
Mory Gbane foi uma autêntica carraça para Gyokeres. O médio dos gilistas foi uma autêntica sombra do sueco durante toda a partida, impedindo o avançado do Sporting de ser um perigo para a sua defensiva. Se Gyokeres deixa esta partida sem um golo marcado, muito se deve ao costa-marfinense.
Surpresa
Andrew não foi solicitado tantas vezes como se esperava, mas, quando foi necessário, estava lá para defender na hora certa. O guardião gilista impediu o golo de Gyokeres durante a primeira parte e na retina ficou ainda a defesa ao cabeceamento de Harder e ao remate de Trincão já na segunda parte.
Desilusão
Sempre um dos grandes agitadores do ataque do Sporting, Quenda esteve desaparecido nesta partida. O jovem foi titular do lado direito dos verde e brancos, mas acabou por não ser o elemento perigoso que costuma ser. Foi substituído por Catamo aos 65 minutos e o moçambicano acabou por ser muito mais agitador do que o companheiro de equipa.
Treinadores
Bruno Pinheiro
Vindo de duas vitórias seguidas, o Gil Vicente apresentou-se bem organizado nesta partida e conseguiu, uma vez por outra, chegar-se à frente. Mas o objetivo era claro: primeiro não sofrer golos e depois, se desse, marcar um golo. Na reta final do encontro, marcada por maior sufoco verde e branco, os gilistas recuaram linhas e fecharam bem os caminhos para a baliza de Andrew.
João Pereira
Mais um jogo, o mesmo problema. O Sporting criou inúmeras ocasiões de golo nesta partida, mas voltou a evidenciar dificuldades em colocar a bola no fundo da baliza. Os leões voltaram a marcar passo na produção ofensiva e João Pereira acabou por ser tramado por isso. A liderança isolada já foi e o primeiro lugar também pode estar por horas.
Arbitragem
Trabalho tranquilo da equipa liderada por André Narciso. No lance de maior polémica do jogo, o setubalense foi chamado a trabalhos extra. A um quarto de hora do fim, Debast caiu na área e André Narciso assinalou de pronto grande penalidade por falta de Rúben Fernandes sobre o belga. Alertado pelo VAR, o juiz sadino foi ver as imagens e reverteu a grande penalidade, num decisão aparentemente correta.
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