Aí está o início da definição do campeão de inverno. Sporting e FC Porto entram em campo está terça-feira para disputar uma espécie de tira-teimas, na primeira meia-final da Taça da Liga. O Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, recebe este Clássico português.
Leões e dragões chegam à final four da prova, com um ponto de diferença no campeonato. Os verde e brancos são os líderes da competição, fruto do empate sofrido no terreno do Vitória SC (4-4) e da suspensão da visita dos portuenses ao Nacional.
Este será o terceiro jogo entre Sporting e FC Porto na presente temporada, com uma vitória para cada um dos lados. Depois da vitória azul e branca, no prolongamento e após reviravolta (4-3), na Supertaça Cândido Oliveira, em Aveiro, houve triunfo caseiro verde e branco na I Liga por 2-0, ainda em agosto do ano passado. Agora, os rivais vão desempatar esta luta no jogo de acesso à final da Taça da Liga, marcada para sábado.
Esta meia-final entre Sporting e FC Porto reedita a final da edição de 2022/23. Na altura, os golos de Stephen Eustáquio e Ivan Marcano carimbaram aquele que foi o único triunfo portista sobre os lisboetas na competição, ao cabo de seis jogos.
O encontro entre Sporting e FC Porto tem início agendado para as 19h45 desta terça-feira e será ajuizado por António Nobre, da Associação de Futebol de Leiria.
Treinadores em discurso direto
Rui Borges
Quem vai ocupar a baliza: "São os três opções. A malta da comunicação falar dos jogadores é natural, e agora que cheguei a um grande clube é todos os dias. Chegam médios, guarda-redes, laterais-direitos, esquerdos, avançados... Estou desligado disso. Focado nos que tenho. Estou sempre a dizer isso, mas sempre fui assim. São coisas naturais do futebol, das equipas. É tão natural que não faz sentido pensar nisso todos os dias. Entrar e sair gente é tudo natural. Se sair alguém entrará alguém, por norma é quase sempre assim."
Dificuldades defensivas do Sporting: "Os homens mais importantes a defender são os dois da frente. Há comportamentos específicos de todas as linhas aos quais não estão habituados, coisas que eu peço de forma diferente. Leva tempo, precisam de treino, de errar e perceber por que erraram. Não temos tido esse tempo para identificar o erro, em campo. Gosto que se sintam confortáveis com o que eu estou a passar, porque eu só tenho sucesso se acreditarem no que peço. Se exigir e não se sentirem confortáveis, vai dar barraca. Estão agarrados ao que peço, mas falta treino de campo. Temos ajudado com vídeo, mas não é a mesma coisa. Temos tentado ir corrigindo uma ou outra coisas, e eles agarram. Sinto que, nos dois jogos que fizemos, foi demonstrativo disso. Estou tranquilo."
Importância do Clássico: "Os jogadores estão confiantes. Esqueçam que a equipa está desconfiada. Não podemos deixar que essa desconfiança se crie. Estamos nas competições todas, vamos tentar ganhá-las. Neste clube, a exigência é essa e estamos cientes disso. Neste clube, existe o ganhar e conquistar troféus, e é para isso que vamos lutar, independentemente dos jogos. A confiança tem de estar lá. Não precisamos de ganhar confiança, mas sim de adquirir comportamentos novos, o que vai demorar, porque não temos tido semanas normais para treinar sobre eles, mas eles têm sido fantásticos. Independentemente dos resultados, a equipa deu uma resposta muito grande à exigência dos jogos e à transformação da ideia de jogo. Estou muito feliz com a resposta da equipa. Eles vão adquirir esses comportamentos aos poucos, temos trabalhado sobre isso, mas é sempre melhor treinar. Estou feliz com o que têm feito, estão a agarrar-se ao que queremos, e isso é importante. Vai levar tempo, mas a resposta tem sido muito boa. Vamos errar, e eu assumo os erros da equipa. Agora, fico triste é se não tentarem fazer as coisas. Eles têm tentado, têm sido competitivos. Temos de ser mais competitivos durante mais tempo, durante o jogo. Não temos tempo, mas temos de arranjar maneira de o ter e trabalhar sobre isso."
Vítor Bruno
Impacto emocional da perda provisória da liderança: "Para quem está de fora, para o adepto, o que há a agarrar são os resultados, que é o que está palpável. Ninguém vê o dia a dia, aqui, no Olival, que, para mim, é o mais importante, que tem de ser a base do que conseguirmos alcançar mais à frente. O trabalho tem de ser construído de forma sustentável, tendo em conta aquilo que queremos. Em relação ao jogo da Madeira... A Taça da Liga aparece num contexto, num formato diferente, com um caminho mais curto até à final. Não me parece que o Sporting venha mais fragilizado por empatar 4-4 em Guimarães, não me parece que seja um vencedor antecipado por estar em primeiro no campeonato, nem que nós tenhamos vantagem, porque temos um jogo em atraso. É uma competição muito própria, com um formato peculiar, em que, com dois jogos, podemos conquistar o título. É olhar para isso dessa forma. É um Clássico, onde se leva sempre o jogo para um patamar de intensidade e emocional que está muito patente no campo. São duas equipas fortes, que gostam de bater e que se conhecem bem. Depois, há o lado estratégico e individual, em que pode aparecer o génio de um jogador para resolver."
FC Porto com mais tempo para descansar: "Sinceramente, não me parece. Estamos a jogar ao quarto dia. Se fosse ao terceiro, até penso que poderia haver alguma vantagem, mas isto é muito levado para o lado emocional. São jogos com cariz muito próprio, um Clássico, onde os níveis competitivos estão em alta escala. A fadiga dissipa-se com o contexto em si. Se calhar, dos 15 minutos, jogámos seis ou sete, mas, depois, as viagens e a angústia de vir ou não vir, a viagem e o voo para cá, chegar tarde... Acaba por não ser simpático para nós. Infelizmente, tocou-nos. Penso não haver vantagem da nossa parte nem da parte do Sporting. Quando jogamos ao quarto dia, as 96 horas tornam-se boas para recuperar os jogadores."
Estado de Marcano: "Está connosco há algum tempo, mas nem sempre a treinar na totalidade. Tem-nos acompanhado, tem estado em estágio e é muito importante para nós. É alguém muito ouvido ali dentro. É sempre bom tê-lo por perto. Agora, já pode dar todo o seu contributo."
Últimos resultados
Sporting: V-V-E-V-E
FC Porto: E-V-V-V-V
Últimos onzes
Sporting: Franco Israel, Eduardo Quaresma, Jeremiah St. Juste, Ousmane Diomande, Matheus Reis, Geny Catamo, Hidemasa Morita, Morten Hjulmand, Geovany Quenda, Viktor Gyökeres, Francisco Trincão.
FC Porto: Diogo Costa, Martim Fernandes, Otávio Ataíde, Nehuén Pérez, Wenderson Galeno, Stephen Eustáquio, Nico González, André Franco, Rodrigo Mora, Pepê, Samu Omorodion.
Ausências
Sporting: Nuno Santos, Daniel Bragança e Pedro Gonçalves e Marcus Edwards (lesionados)
FC Porto: Francisco Moura e Marko Grujic (lesionados).
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