O Benfica sagrou-se, este sábado, campeão de inverno da temporada de 2024/25 do futebol português, graças ao triunfo conquistado sobre o Sporting, no desempate por grandes penalidades, numa final de Taça da Liga 'imprópria para cardíacos'.
A primeira parte foi de 'alta voltagem', com oportunidades de parte a parte, num dérbi que, aos poucos, se foi partindo cada vez mais, até que, aos 30 minutos, Andreas Schjelderup inaugurou o marcador, na sequência de uma bela iniciativa individual, que fechou com um belo remate colocado.
No entanto, a resposta dos leões não se fez demorar. À beira do apito para o intervalo, Florentino Luís derrubou Maxi Araújo na grande área, e João Pinheiro apontou de imediato para a marca de grande penalidade, de onde Viktor Gyokeres atirou a contar.
A elevadíssima intensidade da primeira parte pagou-se caro, pelo que, na segunda parte, o ritmo caiu de forma drástica, pelo que foi sem grande surpresa que o marcador não sofreu novas alterações, até ao final dos 90 minutos regulamentares.
Aí, as águias marcaram por Ángel di María, Zeki Amdouni, Nicolás Otamendi, Kerem Akturkoglu, Renato Sanches, Leandro Barreiro e Florentino Luís, antes de Anatoliy Trubin defender o remate de Francisco Trincão e resolver, por fim, a disputa.
Figura
A defesa a remate de Francisco Trincão, no desempate por grandes penalidades, é a grande imagem desta final da Taça da Liga, mas a verdade é que a exibição de Anatoliy Trubin vai muito além disso. O internacional ucraniano não foi chamado muitas vezes a intervir, é verdade, mas fez o que se exige ao guarda-redes de um 'grande', com defesas decisivas que mantiveram o Benfica 'vivo' até final.
Surpresa
Andreas Schjelderup foi aposta a titular por parte de Bruno Lage pelo segundo jogo consecutivo, e fez de tudo para corresponder, ora com iniciativas perigosas (ainda que, por vezes, abusando no individualismo), ora comprometido com o processo defensivo. Marcou o (belo) golo que desfez o nulo, aos 30 minutos, mas acabou por sair, ao intervalo, para dar o lugar a Kerem Akturkoglu... que nada acrescentou.
Desilusão
Passado quase meio ano, continua a ser difícil justificar os 18 milhões de euros que o Benfica investiu na aquisição de Vangelis Pavlidis ao AZ Alkmaar. Com exceção de um cabeceamento perigoso, no primeiro tempo, após uma saída em falso de Franco Israel, o internacional grego passou completamente ao lado do dérbi, pelo que a substituição por Zeki Amdouni, aos 80 minutos, só pecou por tardia.
Treinadores
Rui Borges: Uma exibição assente, sobretudo, na belíssima dupla de meio-campo protagonizada por Morten Hjulmand e João Simões. Enquanto um 'limpou', o outro encontrou maneiras de contornar a elevada pressão do Benfica, dando 'gás' para que Geny Catamo e, sobretudo, Geovany Quenda explorassem as alas. Fica, ainda assim, a sensação de que o treinador tarda em explorar, na totalidade, o potencial do plantel do Sporting.
Bruno Lage: O treinador do Benfica aprendeu com os 'pecados' cometidos em Alvalade e corrigiu-os, fazendo recuar Orkun Kokçu para entre os centrais para ajudar na saída com bola, que ganhou outra segurança, ainda que a adaptação de Tomás Araújo à ala direita retire algumas 'armas'. No entanto, a atacar, a equipa só durou enquanto houve 'pernas'... e inspiração de Andreas Schjelderup, cuja saída ao intervalo retirou imprevisibilidade.
Árbitro
João Pinheiro adotou um critério disciplinar largo, resistindo a 'sacar' o cartão amarelo até aos 45+1 minutos, quando Maxi Araújo atingiu Nicolás Otamendi na face. Pelo meio, foram perdoadas entradas duras como as de Fredrik Aursnes sobre Morten Hjulmand, aos 24 minutos, e de Geny Catamo sobre Álvaro Carreras, aos 38. Quando à grande penalidade que resulta no golo de Viktor Gyokeres, não merece discussão.
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