Sob o comando do atual técnico do Manchester United, e empurrado pelos golos de um letal Viktor Gyökeres, que chegou aos 21, os 'leões' pareciam imparáveis rumo à primeira revalidação do cetro desde 1953/54, mas a preciosa herança de Amorim, que somou 11 vitórias em 11 jogos, foi rapidamente delapidada.
Quando parecia que era só não estragar, João Pereira, o sucessor de Frederico Varandas, só ganhou um de quatro jogos e caiu, com Rui Borges, recrutado ao Vitória, ainda a recuperar o primeiro lugar, ao bater o então líder Benfica (1-0).
Ao segundo jogo do terceiro técnico da época, o Sporting empatou em Guimarães (4-4), depois de liderar por 3-1 e sofrendo quase tantos golos como Amorim em 11 jogos (cinco), e 'ofereceu' a liderança ao FC Porto, que não aproveitou.
O Sporting virou, assim, na frente, mas a temível equipa que Amorim liderava já não existe e a vantagem sobre a concorrência, que também não convence, é curta, com o FC Porto a um ponto e o Benfica, que fechou com duas derrotas, a três.
Melhor marcador mundial em 2024, com 62 golos em 63 jogos, Gyökeres, com 21 tentos, a melhor marca à 17.ª jornada no século XXI, superando os 20 do brasileiro Jonas (Benfica) em 2017/18, foi a grande figura dos 'leões'.
Diomande, no comando a defesa, Hjulmand, no 'coração' do meio-campo, Geny Catamo e Geovany Quenda, como 'agitadores', e Trincão, já com seis golos e oito assistências, foram outros elementos em destaque no conjunto 'leonino'.
Autor de quatro golos e três assistências, Pedro Gonçalves será outra das armas para a segunda volta, depois de uma lesão só lhe ter permitido atuar em oito jogos na primeira, restante saber onde vai 'encaixar' no '4-4-2' de Rui Borges.
Porque não foi capaz de fechar com uma vitória no reduto do Nacional, onde perdeu por 2-0, o FC Porto, no primeiro ano sob o comando de Vítor Bruno é segundo, depois de um percurso muito marcado pelas derrotas claras em Alvalade (0-2) e na Luz (1-4).
O sucessor de Sérgio Conceição, que até começou com uma sensacional reviravolta face ao Sporting para ganhar a Supertaça (0-3 para 4-3), tem sido muito contestados pelos adeptos, também pela irregularidade na Liga Europa, a queda na quarta ronda da Taça de Portugal e o desaire nas meias-finais da Taça da Liga.
O possante avançado Samu, contratado já com duas jornadas disputadas, foi a grande figura dos 'azuis e brancos', face aos 13 golos apontados, em 14 jogos, num conjunto de exibições que já lhe valeram a chamada à principal seleção espanhola.
A segurança do guarda-redes Diogo Costa, a versatilidade de Galeno e a consistência, no meio-campo, de Nico González foram também importantes no sucesso do FC Porto, equipa na qual parece estar a despontar o talento do 'miúdo' Rodrigo Mora (17 anos).
Em terceiro, três pontos abaixo do líder e dois do 'vice', está o Benfica, que, como era previsível, aguentou pouco sob o comando de Roger Schmidt, que já era muito contestado em 2023/24 e não resistiu a uma entrada falhada em 2024/25.
Com cinco pontos perdidos em quatro rondas, o alemão caiu e foi substituído pelo regressado Bruno Lage, que venceu os primeiros oito jogos e 10 dos primeiros 11, para atingir a liderança, antes de fechar com duas derrotas pesadas.
Um desaire por 1-0 em Alvalade e outro por 2-1 na receção ao Sporting de Braga 'arruinaram' toda a recuperação, num trajeto pautado pela falta de golos do ponta de lança titular: Pavlidis foi 15 vezes titular e ficou-se por míseros quatro tentos.
Depois do falhanço que foi, em 2023/24, a contratação de Arthur Cabral, a aposta no grego parecia certeira, só que este não respondeu, deixando o Benfica sem os golos que Gyökeres e Samu apontam, regularmente, ao serviço dos rivais.
O 'génio' de Di María foi a principal arma dos 'encarnados', que também tiveram em destaque o guarda-redes Trubin, o central Tomás Araújo e o defesa esquerdo Carreras, enquanto Aktürkoglu começou 'explosivo' e depois caiu de produção.
Já a sete pontos do pódio e 10 da liderança, o Sporting de Braga, que despediu Daniel Sousa após a primeira ronda e resgatou Carlos Carvalhal, conseguiu, sobre a 'meta', acabar como o melhor dos 'pequenos', pela nona vez nas últimas 10 épocas.
Os 'arsenalistas', liderados por Bruma (sete golos), alcançaram excelentes resultados fora, com 19 pontos somados em 24 possíveis, mas estiveram um 'desastre' em casa, com 15 perdidos e 15 golos sofridos, em oito jogos.
Um triunfo na Luz (2-1) a fechar valeu o quarto lugar, com os mesmos 31 pontos do Santa Clara, que encerrou a primeira volta com o primeiro empate (0-0 na receção ao Farense), depois de 10 vitórias, seis delas em casa, e seis derrotas.
Com Vasco Matos ao comando e a 'omnipresença' de jogadores como Gabriel Batista, Sidney Lima, MT, Gabriel Silva ou Vinícius, os açorianos foram os primeiros líderes e também os primeiros a vencer o Sporting (1-0), em pleno Estádio José Alvalade.
Atrás da equipa sensação, ficou o Vitória de Guimarães, que, a par com um fantástico percurso na Liga Conferência, começou muito bem, com quatro vitórias nos primeiros cinco jogos, mas, depois, até ao fim da 'era' Rui Borges, só ganhou dois de 10.
Já com Daniel Sousa à frente, os minhotos, que tiveram no habitual suplente Gustavo Silva o melhor marcador (quatro golos), somaram mais dois empates, incluindo, a fechar, um 4-4 na receção ao Sporting, para acabarem a seis pontos do rival Braga.
Sem ambições europeias, o Casa Pia, do 'outro' João Pereira, voltou a fazer uma grande primeira volta e, com 24 pontos, é sétimo, mesmo sem o apoio dos adeptos, sendo anfitrião não no 'seu' Pina Manique, mas em Rio Maior.
Nos lugares imediatos, ficaram o Moreirense, de César Peixoto, com 22 pontos, e duas equipas com 20, que já mudaram de treinador, com o Famalicão, nono, a fechar a primeira metade da tabela, ainda com Hugo Oliveira, sucessor de Armando Evangelista, à procura da primeira vitória (dois empates e duas derrotas).
O Rio Ave, no qual se tem destacado fortemente o avançado brasileiro Clayton, autor de nove dos 18 golos da equipa, é o 10.º colocado, está, por seu lado, a conseguir melhores resultados desde que Petit entrou para o lugar de Luís Freire.
Estes clubes parecem mais 'virados' para subir do que para descer, mas ainda não podem 'festejar' a manutenção, muito menos Gil Vicente (11.º, com 19) e Estoril Praia (12.º, com 18), os últimos com média superior a um ponto por jogo.
Mais aflitos seguem Estrela da Amadora (16 pontos), Nacional (16) e AVS (15), para já a 'salvo', Arouca (15), em lugar de play-off, que até agora ditou sempre descida, e Farense (14) e Boavista (12), em posição de descida, com os 'axadrezados' a pagar o preço de há muito não poderem inscrever novos jogadores.
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