O técnico José Luis Mendilibar, que levou o conjunto de Atenas à conquista da última edição da Liga Conferência, mostrou-se ciente da sequência de três derrotas consecutivas que os 'azuis e brancos' levam e a consequente saída de Vítor Bruno do comando, mas preferiu enaltecer o registo caseiro do adversário.
"O FC Porto não tem perdido em casa. Mesmo que não esteja numa boa situação, em casa compete bem. Não é fácil ganhar-lhes e nós vamos tentar fazê-lo", garantiu, na conferência de imprensa de antevisão à partida de quinta-feira.
O emblema que lidera o campeonato grego tem um forte contingente de nomes que passaram pelo futebol português, nomeadamente Costinha, Chiquinho, Sérgio Oliveira, outro ex-FC Porto, e Gelson Martins, para além de David Carmo, e Mendilibar refletiu sobre a ligação do Olympiacos aos jogadores lusos.
"Se já passaram muitos jogadores, é, em primeiro lugar, porque o clube já teve treinadores e diretores desportivos portugueses. É normal que tragam o que conhecem. Depois, se a aposta se mantém, é porque têm dado bom resultado", constatou.
Apesar de já ter batido de forma expressiva o Sporting de Braga (3-0), o outro representante português na Liga Europa, e apresentar o melhor registo defensivo da competição, a par da Lazio, com apenas três golos sofridos, o treinador rejeitou estabelecer comparações com o próximo encontro.
"Não penso nesses dados, não sou um treinador de dados. Depois de cada jogo, eu não sou aquele treinador que vai olhar individualmente a todas as notas de bolas roubadas, duelos ganhos, passes falhados... Eu olho para o jogo globalmente e, dentro da normalidade, um pode jogar melhor que o outro, mas sempre pensando que isto é um desporto de equipa. Se sofrermos menos, temos a melhor equipa defensiva, não exclusivamente a defesa ou guarda-redes", reiterou.
Já David Carmo, que representou o FC Porto desde 2022/23 até ao começo da atual temporada, tirando uma anterior passagem por empréstimo, na segunda metade da época passada, ao Olympiacos, que agora representa por empréstimo dos ingleses do Nottingham Forest, admitiu que a passagem pelos 'dragões' "não correu bem", mas rejeita qualquer sentimento de vingança.
"Não guardo mágoa nenhuma. Acho que tudo na vida acontece por alguma razão. Não correu bem, mas cresci como pessoa e jogador, ganhei muita mais maturidade, que, se calhar, devia ter quando cheguei ao FC Porto. Agora estou muito feliz no Olympiacos, conquistámos um feito histórico no ano passado [Liga Conferência]. Estou só preocupado em continuar", garantiu.
O defesa central, que ainda participou na conquista da Supertaça pelo FC Porto, diante do Sporting (4-3), não assumiu, porém, o papel de conselheiro, apesar do conhecimento que terá sobre os anteriores colegas de equipa.
"Não dei nenhuma dica, o trabalho deles [colegas de equipa] é também observar. Neste momento, estou de fora. Não sei o que se passa dentro do clube. A equipa técnica observou e sabemos do que podemos ou não tirar proveito. Vamos jogar para ganhar", assumiu.
Quanto à situação desportiva que os portistas atravessam, o agora internacional angolano acredita que pode até funcionar como catalisador, numa altura em que o clube terá a provar que consegue alterar o panorama.
"Eles vão tentar provar, principalmente em casa, diante dos seus adeptos, que podem virar as coisas. Todos sabemos que é um jogo difícil, temos de igualar essa fome de vencer, porque eles vão dar tudo", concluiu.
O FC Porto, 19.º classificado, com oito pontos, recebe o Olympiacos, 15.º, com nove, na quinta-feira, às 17:45, no Estádio do Dragão, no Porto, em jogo da sétima de oito jornadas da fase de liga da Liga Europa, sob arbitragem do francês Clément Turpin.
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