O ainda presidente da FPF, até à posse do antigo árbitro e também seu sucessor da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), agora marcada para segunda-feira, apresentou hoje oficialmente a sua candidatura ao COP para as eleições marcadas para 19 de março, na sede do organismo, em Lisboa.
Perante uma plateia repleta, com os líderes de basquetebol, canoagem, râguebi, ténis, atletismo e triatlo, as suas proponentes iniciais, na primeira fila, Fernando Gomes foi questionado sobre o voto da federação a que ainda preside, uma das 34 olímpicas, que caberá já a Pedro Proença.
"Os presidentes das federações apoiarão quem, em consciência, acharem que melhor servirá os interesses do olimpismo (...). Naturalmente, contamos que Pedro Proença, como presidente da FPF, também venha a apoiar a nossa candidatura, a bem do desporto nacional e do olimpismo", afirmou o gestor, de 72 anos, que concorre com Laurentino Dias e Alexandre Mestre, ambos antigos secretários de Estado do Desporto.
Fernando Gomes foi confrontado pelos jornalistas, noutro momento, pela ausência de reação oficial de Benfica e Sporting sobre a morte do antigo presidente do FC Porto Pinto da Costa, no sábado, recordando que, como líder da FPF, enviou a sua mensagem.
"Nós estamos na sede do COP, aquilo que posso responder é que, enquanto presidente da FPF, dentro do que é institucionalmente a forma correta de estar, eu tive o cuidado de endereçar as sentidas condolências ao presidente do FC Porto pela morte de Jorge Nuno Pinto da Costa", vincou.
O ainda presidente da FPF puxou ainda os 'galões' do olimpismo, recuperando "três ou quatro exemplos" do seu envolvimento, elencando o esforço das modalidades de pavilhão [futsal, andebol, basquetebol, voleibol e hóquei em patins] para a retoma da atividade durante a pandemia de covid-19, mas também no trabalho conjunto para o projeto de reabilitação do Estádio Nacional, em Oeiras, com as federações de atletismo e râguebi, e a disponibilização da Cidade do Futebol para estágios das missões paralímpicas antes dos Jogos Tóquio2020 e Paris2024.
"Apesar de estar ligado a uma modalidade, por razões profissionais, e tendo desenvolvido esse desafio que me foi lançado, nunca deixei de estar atento, preocupado e envolvido no movimento olímpico", frisou, acrescentando ainda o contacto estabelecido, em 2021, com o então secretário de Estado da tutela João Paulo Rebelo para alterar o estatuto do dirigente voluntário.
Depois de, no seu discurso, ter sugerido uma alteração na forma de distribuição das receitas provenientes das apostas desportivas, sem que conste no programa entregue aos jornalistas, Fernando Gomes recordou uma proposta feita ao ex-governante João Paulo Correia nesse sentido.
"Estou perfeitamente à vontade, porque, em maio de 2023, um mês depois da posse do secretário de Estado João Paulo Correia, numa primeira reunião, lhe referi que devíamos olhar para a repartição das apostas desportivas, em função da evolução que tinham tido, fazia todo o sentido a criação de um mecanismo de compensação para as modalidades que não sendo objeto de apostas, também poderiam beneficiar desse mecanismo compensatório e de solidariedade", rematou.
Apostado em "agregar, unir, planear e fazer vencer o COP", o candidato reconheceu que "não há caminhos fáceis", mas confia na "visão" da sua equipa, para fazer jus ao lema "Saber fazer para fazer vencer", prometendo elevar a "instituição a patamares de excelência", através do seu programa, cuja concretização apontou como prioridade.
"Fazer cumprir o programa apresentado [é a prioridade]. Hoje são conhecidas as linhas orientadoras de um programa que não está fechado, que está disponível para sugestões e ideias que acrescentem valor às nossas ideias. Foi isso que fizemos nos 13 anos na FPF, onde praticamente cumprimos em 100% os objetivos traçados e, no COP, fazer da mesma forma", sublinhou.
Já "o maior desafio" passa por "criar condições de desenvolvimento, de forma adequada, dos meios técnicos e médicos para que, efetivamente, os atletas possam preparar o seu futuro e a participação em Jogos Olímpicos".
Após as eleições de 19 de março, o sucessor de Artur Lopes, que assumiu a presidência do COP após a morte de José Manuel Constantino em agosto passado, tomará posse até 27 de março.
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