Fabio Capello trabalhou de perto com Pep Guardiola, quando coincidiram durante a passagem pela AS Roma, onde o primeiro era treinador, e o segundo jogador, e não esconde que a relação entre ambos nunca foi a melhor.
Numa entrevista concedida à edição desta sexta-feira do jornal espanhol El Mundo, o italiano disse nunca ter discutido com o catalão, mas atirou: "Ele veio dizer-me como tinha de fazer o meu trabalho, e eu respondi-lhe 'Põe-te a correr e depois fala'. Andava pelo campo e não o lançaria antes de gente que tinha coisas melhores".
"Sabes do que não gosto em Guardiola? Da arrogância. A Liga dos Campeões que ganhou com o Manchester City foi a única em que não tentou nada de estranho nos jogos decisivos. Mas, em todos os outros anos, em Manchester e Munique, nos dias-chave, queria sempre ser o protagonista", começou por afirmar.
"Mudava coisas e fazia invenções para poder dizer 'Não ganham os jogadores, ganho eu'. E essa arrogância custou-lhe várias Ligas dos Campeões. Eu respeito-o, mas mas isso parece-me claro. Além disso, ainda que isso já não seja culpa dele, fez um mal tremendo ao futebol", prosseguiu.
"Todo o mundo passou dez anos a tentar copiá-lo. Isso prejudicou o futebol italiano, que perdeu a sua natureza. Eu dizia 'Parem já, não têm os jogadores de Guardiola!'. Além disso, impôs a ideia absurda de que jogar bem era só aquilo. Toque, toque, toque, toque, toque, toque, toque, toque... Agora, no futebol italiano, o guarda-redes joga a bola! Um desastre e um aborrecimento que afastou muita gente do futebol", rematou.
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